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Crítica | Em Família

Novela tem primeiro capítulo morno, mas com bons diálogos

Reprodução/TV Globo

Os atores Guilherme Prates, Bruna Marquezine e Guilherme Leicam em cena de Em Família, novela da Globo - Reprodução/TV Globo

Os atores Guilherme Prates, Bruna Marquezine e Guilherme Leicam em cena de Em Família, novela da Globo

RAPHAEL SCIRE

raphascire@gmail.com

Publicado em 3/2/2014 - 22h34

Dividida em três fases, Em Família estreou nesta segunda (3) com a promessa de ser a última novela de Manoel Carlos. O capítulo inicial foi morno e ainda não deixou que o telespectador sentisse de fato a história. Helena, a grande heroína do autor, foi apresentada criança e adolescente, e assim o público não teve a chance de ver a principal característica da personagem _e que, por tabela, garantiu o sucesso de suas outras protagonistas: a maternidade.

As Helenas de Manoel Carlos, com exceção da última, vivida por Taís Araújo em Viver a Vida (2009), são fortes e errantes justamente pelo amor e pelas loucuras que fazem em nome de seus filhos. A de Julia Lemmertz promete seguir essa cartilha e não fugir à regra. A princípio, já deu para sentir que a Helena da vez é ousada, provocativa e nem de longe é a mocinha bobinha.

Outra marca do autor, a ambientação no bairro carioca do Leblon, também não apareceu. Resta saber se Maneco continuará investindo numa abordagem idealizada do bairro ou se ele, como bom cronista que é, irá aproveitar as recentes ondas de manifestações por lá e inserir tais fatos em sua história.

De resto, Em Família apresenta as clássicas características de um tradicional novelão. Na história, Helena (Julia Dalavia/Bruna Marquezine/Lemmertz) e Laerte (Eike Duarte/ Guilherme Leicam/Gabriel Braga Nunes) são primos que se apaixonam e fazem um pacto de amor. Só que o ciúme doentio que Laerte sente da amada com seu melhor amigo, Virgilio (Arthur Aguiar/Nando Rodrigues/Humberto Martins) provoca uma tragédia. Laerte vai preso no dia do seu casamento e exila-se na Áustria. Helena e Virgilio se casam, mas o destino fará que as vidas dos primos voltem a se cruzar.

 É curioso notar a recorrência do amor entre primos nas histórias de Manoel Carlos. Foi assim em Laços de Família (2000), com Helena (Vera Fischer) e Pedro (José Mayer), e em Mulheres Apaixonadas (2003), com Diogo (Rodrigo Santoro) e Luciana (Camila Pitanga), por exemplo. O autor também não vai abandonar outras fortes características de suas tramas: a inserção do merchandising social (desta vez abordará o Mal de Parkinson) e o alcoolismo.

O “novelão” também pode ser percebido pela maior duração das cenas, que foge do ritmo clipado a que o telespectador vem se acostumando. Além disso, a direção de Jayme Monjardin é quase contemplativa e explora o máximo que pode as paisagens de Goiás, cenário das duas primeiras fases da trama.   

Mas é certamente nos diálogos que reside a melhor qualidade da novela. Bem escrito e quase poético, o texto de Manoel Carlos consegue passar com veracidade os conflitos dos personagens sem soar piegas nem didático.   

 E, claro, novela de Manoel Carlos sem bossa nova não é novela de Manoel Carlos. Lá estava Eu Sei Que Vou Te Amar, de Vinícius de Moraes e Tom Jobim, a embalar a abertura da história na voz de Ana Carolina.

Quanto aos demais personagens, destaque desde já para a antagonista Shirley (Giovanna Rispolli/Alice Wegmann), que na terceira fase será vivida por Viviane Pasmanter. E Pasmanter faz megeras de Maneco como ninguém. Afinal, quem não se recorda de Laura, de Por Amor (1997)?

De novo mesmo foi só o momento Nárnia durante um sonho de Laerte, no qual ele voava sobre uma fênix para buscar Helena. Efeito de computação gráfica, a cena pareceu, no mínimo, deslocada entre todas as outras, para não dizer desnecessária.

Em Família é, em suma, uma mistura das melhores características do autor. Se vai dar certo, só o tempo dirá, mas se a coisa não esquentar, ao menos agora há a opção de Pecado Mortal no mesmo horário.

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