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Análise | Jornalismo

No Hora 1, Dilma faz 'regimão', e telejornal 'engorda' manhã da Globo

Reprodução/TV Globo

Monalisa Perrone comenta o 'regimão pesado' que deixou Dilma 'magrinha' no Hora 1 de terça - Reprodução/TV Globo

Monalisa Perrone comenta o 'regimão pesado' que deixou Dilma 'magrinha' no Hora 1 de terça

DANIEL CASTRO

Publicado em 4/6/2015 - 6h52

Quando a Globo anunciou no final do ano passado que estrearia um novo telejornal, às 5h, logo se especulou: será um jornal de notícia requentada, de reprise de reportagens mostradas no Jornal Nacional e no Jornal da Globo, para enganar telespectador que dorme muito cedo e madruga para trabalhar. Passados seis meses, o telejornal apresentado por Monalisa Perrone deu um cala-boca nos céticos: o Hora 1 tem personalidade e conteúdo relevante e ainda alavanca a audiência da programação jornalística matinal da Globo.

Embora reprise reportagens dos telejornais que o precedem, o Hora 1 em nada se parece com o Jornal da Globo ou com o Bom Dia Brasil. Seus pontos fortes são a informalidade e um noticiário enxuto para quem está saindo de casa para trabalhar. O telejornal mostra o trânsito nas principais cidades brasileiras _às 5h da manhã, isso já é motivo de preocupação em São Paulo e Rio. Conversa com alguns de seus correspondentes (Márcio Gomes, de Tóquio, e Rodrigo Alvarez, em Jerusalém, são os mais assíduos), traz a opinião de comentaristas de política e economia, trata da agenda do dia e fala de tempo e temperatura em duas ocasiões.

Monalisa Perrone foi uma escolha acertadíssima. Repórter experiente, ela domina diferentes assuntos, é informal sem afrontar o padrão Globo e esbanja um bom humor que funciona como um "bom dia". Na edição da última terça (2), ao comentar as capas dos principais jornais impressos do Brasil, a apresentadora falou como se fosse uma pessoa comum na frente de uma banca. Disse que a presidente Dilma Rousseff, flagrada pedalando em Brasília, fez um "regimão pesado" e ficou "magrinha". "Tá estilosa [a presidente], não tá?", arrematou.

A informalidade regrada do Hora 1 influenciou o principal telejornal da Globo. Foi ao lado de Monalisa, como se estivesse tricotando com uma comadre, que a repórter Maria Júlia Coutinho surgiu como Maju e se projetou para virar a moça do tempo do Jornal Nacional, onde vem chamando a atenção pelo arrojo.

No Ibope, que é o que mais importa para a Globo, o Hora 1 dobrou a audiência do horário. Neste ano, sua média é de 3,6 pontos na Grande São Paulo. Com frequência, marca cinco pontos, um número respeitável para o fim da madrugada. O SBT, que antes liderava na faixa das 5h às 6h, ficou para trás.

Televisão é grade de programação, e um programa alavanca o outro. Com o Hora 1, o Bom Dia São Paulo cresceu e, por sua vez, fortaleceu o Bom Dia Brasil, que vem depois. Simultaneamente à estreia do Hora 1, em dezembro, a Globo ampliou seus telejornais matinais locais, que passaram a começar meia hora mais cedo. Em São Paulo, o Bom Dia Brasil virou quase um jornal local. Foi outro acerto. A audiência dos telejornais matinais, que estava em queda, subiu.

Apresentado por Rodrigo Bocardi, um "xerife" da cidadania que não grita nem faz sensacionalismo, o Bom Dia São Paulo foi o que mais cresceu, de 5,9 de média em 2014 para 6,7 até o último dia 31. O Bom Dia Brasil se elevou de 7,4 para 7,6. Com o Hora 1 e as reformas nos Bom Dias, a Globo "engordou".


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