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Análise | Novela das nove

Comendador e 'bicha má': 5 motivos que tornam Império inesquecível

Divulgação/TV Globo

Alexandre Nero (José Alfredo); protagonista carismático é um dos pontos fortes de Império - Divulgação/TV Globo

Alexandre Nero (José Alfredo); protagonista carismático é um dos pontos fortes de Império

RAPHAEL SCIRE

Publicado em 7/3/2015 - 16h57
Atualizado em 9/3/2015 - 5h39

Império chega ao fim na próxima sexta-feira (13) acumulando um bom saldo. A novela trouxe de volta ao horário nobre uma característica essencial ao gênero e que havia sido perdida pela trama anterior, Em Família (2014): os ganchos. Aguinaldo Silva, depois de um período em que nada ocorreu na história, soube movimentar sua trama e contou com a ajuda da direção para a construção de uma novela que, se não foi perfeita, foi ao menos correta.

Confira cinco motivos que tornam Império inesquecível:

José Alfredo (Alexandre Nero) nada em dinheiro em Império (Reprodução/TV Globo)

1) O comendador

O maior trunfo de Império, sem dúvida, foi ter um protagonista carismático, ainda que cheio de conflitos, o que só o tornou mais interessante do ponto de vista dramatúrgico. Sisudo, ora grosseiro ora amável, metódico e supersticioso, José Alfredo teve em Alexandre Nero uma composição exata. O personagem despertou, ainda, a libido do público feminino com toda a virilidade que mostrava em cena. Tornou-se um dos personagens masculinos mais fortes da teledramaturgia brasileira. A cena em que ele recupera sua fortuna e nada em uma piscina cheia de euros entrou para a antologia da televisão brasileira: uma maneira bem humorada de expressar a catarse do protagonista.

Téo Pereira (Paulo Betti) se empolga ao escrever em seu blog (Reprodução/TV Globo)

2) “A bicha má”

Apesar de toda a polêmica em torno do tom de interpretação de Paulo Betti e da caricatura gay que Téo Pereira representava, o jornalista fofoqueiro foi o grande vilão da história, uma vez que seu blog dava as notícias que movimentavam a novela. A caracterização e o texto de Aguinaldo Silva, porém, salvaram o personagem do maniqueísmo ao dar a ele toques cômicos. Como o próprio Téo afirmou, ele foi a “bicha má” da novela. Deu certo. 

Maria Marta (Lilia Cabral) na sala da presidência da empresa (Reprodução/TV Globo)

3) Viúva Porcina 2.0

Maria Marta (Lilia Cabral) teve inspiração em uma das melhores personagens escritas por Aguinaldo Silva, a Viúva Porcina (Regina Duarte), de Roque Santeiro (1985), mas apesar de a trilha sonora ter sido a mesma e Maria Marta também ter sido “a viúva sem nunca ter sido”, Lilia Cabral encontrou outro tom para sua composição, sem os exageros e histrionismos de Porcina. Marta conquistou lugar como megera/heroína na trama, soltou frases cortantes e conquistou a simpatia do público, dividido entre ela e a ninfeta Maria Isis (Marina Ruy Barbosa), sua principal rival pelo amor de José Alfredo.

Além disso, a dobradinha com Othon Bastos (Silviano) rendeu, e os dois atores souberam jogar um pingue-pongue entre eles e os telespectadores. Também foi surpreendente a revelação de que a dupla já havia se casado, apesar do tropeço da produção com a escalação de outro ator na primeira fase da novela.

José Alfredo (Alexandre Nero) forja própria morte na frente da família (Reprodução/TV Globo)

4) A falsa morte do comendador

Apesar de não ser um recurso original matar um personagem sem que ele de fato morra _Walcyr Carrasco e Carlos Lombardi já usaram tal artimanha em Sete Pecados (2007) e em Pecado Mortal (2013), respectivamente_, a reviravolta provocou movimentação na história, depois de um período em que relativamente nada acontecia em Império, a não ser o lengalenga amoroso entre o comendador e Maria Isis.

Rogério Gomes (centro) dirige cena com Lilia Cabral e Daniel Rocha (Divulgação/TV Globo)

5) Sob nova direção

Rogério Gomes foi o grande responsável pelo visual noir que caracterizou Império. O diretor passou segurança a atores pouco expressivos e que souberam se reinventar, como Paulo Vilhena (Salvador). O texto de Aguinaldo Silva ganhou uma nova (e necessária) leitura, e o autor conseguiu limpar sua barra por sua trama anterior, a capenga Fina Estampa (2011). A parceria mostrou que sempre é bom desfazer as panelinhas de autores e diretores, uma vez que novos contornos são possíveis para as histórias que são contadas.


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