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Joia Rara | Crítica

Apesar dos tropeços, novela Joia Rara termina com saldo positivo

Reprodução/TV Globo

Gloria Menezes como Pérola, personagem que a menina Mel Maia defendeu em Joia Rara - Reprodução/TV Globo

Gloria Menezes como Pérola, personagem que a menina Mel Maia defendeu em Joia Rara

RAPHAEL SCIRE

Publicado em 4/4/2014 - 19h44

Antes mesmo da estreia, Joia Rara era cercada de expectativas, afinal, trazia a assinatura de Thelma Guedes e Duca Rachid, dupla responsável pelo último grande sucesso das seis até então, Cordel Encantado (2011), e a direção de Amora Mautner, da hiper-elogiada Avenida Brasil (2012). O elenco também era composto de nomes que haviam trabalhado nas duas produções e, assim, esperava-se que a novela das seis que acabou hoje (4) fosse um estrondoso sucesso.

Mas no meio do caminho havia algumas pedras a atrapalhar a caminhada da trama. A primeira, sem dúvidas, foi o horário de verão, que afugentou a audiência, aquém das expectativas da emissora. Outras questões estruturais foram resolvidas com o passar do tempo, a exemplo da direção soturna, que aos poucos foi ganhando mais cor, e o texto, que deixou de ser tão didático e acompanhou a leveza dada pela direção às imagens.

Séria demais, Joia Rara padeceu também pela falta inicial de humor, mas as autoras foram sagazes ao introduzirem paulatinamente certa graça nos núcleos do cortiço e da pensão. Marcelo Médici, confortável em um terreno que domina bem, foi o destaque com seu Joel. A dobradinha com Cleontina (Luana Martau) funcionou e a delicadeza com que foi tratada a homossexualidade do personagem na reta final merece a atenção. Interessante notar que o público da faixa, diferentemente de Amor à Vida, não foi tão receptivo ao casal Joel e Aderbal (Armando Babaioff). Vale aqui a iniciativa das autoras em apostar nesse triângulo.

Mariana Ximenes foi outra que roubou a cena, algo que já era de se esperar, uma vez que usar Mariana num papel coadjuvante seria muito desperdício. Na pele da intrépida e voluntariosa Aurora, a atriz mostrou sua versatilidade e provou que não existe papel pequeno. Foi uma grata surpresa descobrir sua veia cômica.

O casal de protagonistas, Franz (Bruno Gagliasso) e Amelinha (Bianca Bin), também teve química e foi amparado, ainda, pelo talento da pequena Mel Maia, que deu vida à filha deles, Pérola. A garota, sem dúvidas, monopolizou a novela, brilhando do começo ao fim. É incrível como, apesar da idade, Mel consegue transbordar emoção, vide a cena da morte do avô.

Tal qual Lado a Lado, a trama de época foi recheada com fatos históricos reais, como a eclosão dos movimentos sindicais no Brasil e o início do teatro de revistas. Ponto positivo pela abordagem e fidelidade dos fatos sem prejuízo para as histórias.

Obviamente, houve desacertos. Na tentativa de emular o sucesso de Avenida Brasil, a trama de vingança de Silvia (Nathalia Dill) não avançou e a personagem, pensada para ser vilã, acabou conquistando o público. O resultado foi sua redenção, recurso também utilizado para Ernest (José de Abreu), outro que ganhou a simpatia dos telespectadores _mais uma vez, a presença de Mel Maia contribuiu para o sucesso de outro personagem.

Como folhetim não existe sem vilão, toda a sorte de maldades acabou caindo nos ombros de Manfred (Carmo Dalla Vecchia), que soube segurar o rojão, e sua mãe, Gertrude, defendida por Ana Lucia Torre com maestria. Justamente por esse fato, cabe apontar uma pequena barriga na história, já no terço final, em que absolutamente nada ocorria e o que se via na tela era um jogo de gato e rato entre Manfred e o casal protagonista. Ficou cansativo.

O último capítulo cumpriu com sua cota de “clichês de último capítulo” com uma sequência de casamentos (cinco no total), mas foi bonito, em especial, o show que selou a paz entre Aurora e Lola (Leticia Spiller). E o epílogo da novela coube àquela personagem que foi a razão de ser de Joia Rara, Pérola, desta vez vivida por Gloria Menezes, que contou o que aconteceu aos outros personagens e fez um discurso sobre a paz e o amor, “a verdadeira joia rara da vida”.

Em suma, as qualidades técnicas de Joia Rara, como figurino capaz de despertar a cobiça de telespectadores_ fato raro para uma trama de época_, além de cenários e fotografia caprichados contribuíram para embalar uma boa novela, ainda que tenha tido uns tropeços aqui e ali.

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