Vilã em Cara e Coragem, atriz assusta equipe técnica com palpitações: 'Insegura'

Apesar dos 20 anos de carreira, Mel Lisboa ainda fica nervosa na frente das câmeras. O coração da atriz bate mais forte sempre que ela entra em cena para encarnar Regina em Cara e Coragem. Os técnicos de áudio, que controlam microfones presos aos atores, chegaram a se assustar com a barulheira que emanava do peito da artista na novela das sete da Globo. 

"Sou superinsegura, mas finjo que não sou. Quando vou fazer a novela, em todas as cenas, quando dá o 'gravando', meu coração dispara. Fico nervosa sempre. Eu conto para as pessoas, e elas não dão conta. O pessoal do áudio percebe, porque muitas vezes eles ouvem o meu coração pelo microfone de lapela, de tanto que bate acelerado. Aí, tem que trocar de lugar", revelou a intérprete da megera em entrevista ao jornal Extra.

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E olha que ela passou por muitos papéis desde que começou na TV, com a sensual protagonista de A Presença de Anita (2001). Minissérie cuja personagem é o trabalho da atriz mais lembrado pelo público. Mel até reconheceu que o sucesso da personagem não tinha como não ser arrebatador, mas não escondeu a vontade de que o público olhasse mais para outros trabalhos feitos por ela.

"É gratificante que lembrem e tenham este carinho. Mas é só que, às vezes, parece que tem gente que só vê isso. Não posso ter controle sobre o que as pessoas acham, pensam e querem ver de mim. Faço o meu trabalho e tento fazer da melhor forma. Sou muito grata pela minha trajetória. Sei o tamanho das coisas. O teatro é algo presencial e tem ali aquele número x de espectadores. Aí, pega a TV aberta, ainda mais naquela época, tinha uma outra proporção", afirmou.

Previsão em mapa astral

A vilã de Cara e Coragem marca a volta da artista à Globo, emissora da qual estava afastada havia 14 anos. Seu último trabalho foi a minissérie Casos e Acasos (2008). Para a atriz, é como fechar um ciclo --que estava "escrito nas estrelas". Pelo menos foi o que a mãe de Mel, a astróloga Claudia Lisboa, afirmou antes que a filha conseguisse o papel. 

"No meu mapa de trânsito, tinha uma questão de um certo retorno à coisas que já tinham sido um dia. Como se fosse uma volta a um lar antigo. De fato está acontecendo essa relação mesmo com a Globo, no momento que os astros indicaram. Foi uma coisa que a gente conversou bastante, que estava ali apontado e de que forma eu poderia equilibrar tudo isso", explicou a artista.

Embora esteja de volta ao local que marcou seu início de carreira, a personagem não poderia ser mais diferente. Regina é uma vilã clássica, que busca se beneficiar a qualquer custo. De um relacionamento por interesse com Leonardo (Ícaro Silva) a um possível assassinato, a víbora é a peça-chave do maior mistério da novela das sete: a morte de Clarice (Taís Araujo).

"O conceito de sucesso é muito relativo para cada pessoa. A Regina quer se livrar do passado de miséria, ela busca dinheiro e poder, o que para muitas pessoas significa sucesso", resumiu Mel.

A personagem fez com que o público voltasse as atenções para o retorno de Mel depois de tanto tempo fora da Globo, mas não foi esse seu objetivo ao aceitar o papel. Tanto que a TV não é seu único veículo de trabalho --ela mescla papéis mais "midiáticos" com alguns mais artísticos. 

Tenho que pagar as contas. Precisamos ter um pé na realidade. Tenho dois filhos, está tudo caro hoje em dia, então pior ainda. Não adianta também eu ficar num mundo de fantasia artística e acabar tendo problemas na vida real. Mas faço escolhas que são artísticas, sim. Prezo por isso. Acho importante para a construção de uma carreira sólida

Na minha profissão, a consequência é a exposição. Ela pode ser muito benéfica, trazer outros trabalhos, mas também pode ser complicada, se não souber lidar direito com isso. Prefiro ser reconhecida do que ser conhecida. O reconhecimento, mesmo que por poucas pessoas, é mais gratificante do que eu simplesmente ser uma pessoa famosa. Para mim, isso é muito pessoal. Não há julgamento algum aqui.

Cara e Coragem é uma novela escrita por Claudia Souto, a mesma autora de Pega Pega (2017). Dirigido por Natalia Grimberg, o folhetim aborda o universo dos dublês, mas mergulha em um mistério após o assassinato de Clarice.

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