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Vereda Tropical teve tensão com censura e confusão com o Corinthians

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

O ator Mário Gomes ao lado de Walter Casagrande em cena da novela Vereda Tropical (1984), da Globo

O ator Mário Gomes ao lado de Walter Casagrande em cena da novela Vereda Tropical (1984), da Globo

THELL DE CASTRO

Publicado em 12/9/2021 - 7h31

Exibida entre 23 de julho de 1984 e 1º de fevereiro de 1985, Vereda Tropical fez sucesso na faixa das sete da Globo. A novela, que será lançada no Globoplay nesta segunda (13), ficou marcada por vários acontecimentos nos bastidores, incluindo tensão na estreia e uma confusão com o Corinthians.

Vereda Tropical foi a primeira novela solo de Carlos Lombardi, que estreou com o pé direito e ainda teria muitos outros sucessos na emissora. O autor, atualmente afastado da televisão após uma passagem pela Record, teve a supervisão de texto de Silvio de Abreu, com quem já havia colaborado em duas outras tramas: Jogo da Vida (1981) e Guerra dos Sexos (1983).

"O trabalho de supervisão do Silvio era diário. Primeiro, ele botou ordem na minha sinopse. Disse o que era bom e o que era ruim, além de indicar possibilidades para os personagens. Foi um trabalho didático", declarou Lombardi ao livro Autores, Histórias da Teledramaturgia, do projeto Memória Globo.

No entanto, três dias antes da estreia, Vereda Tropical simplesmente foi proibida de ser exibida pela Censura Federal, que já estava implicando com a trama --somente no primeiro capítulo foram 32 cortes.

Na manhã do dia da estreia, sob muita tensão, Silvio de Abreu e Carlos Lombardi, junto com outros representantes da Globo, foram para Brasília (DF) para negociar diretamente com os censores. Conseguiram a liberação do folhetim em cima da hora.

A novela, estrelada por nomes como Lucélia Santos, Walmor Chagas (1930-2013), Mário Gomes e Marcos Frota, marcou a estreia de diversos artistas que fariam sucesso nos anos seguintes. Foi a entrada no gênero do garoto Jonas Torres, que tinha nove anos, Luiz Fernando Guimarães, Regina Casé e Catarina Abdalla.

Também foi a primeira novela na Globo da já veterana Geórgia Gomide (1937-2011), que chamou a atenção como Bina, dona de uma cantina italiana.

A produção também contou com a participação de Matilde Mastrangi, uma das musas das pornochanchadas do cinema brasileiro nos anos 1970 e 1980. Em sua única novela na Globo, ela viveu a doce Marilinda. A atriz, que é casada com o ator Oscar Magrini, participou somente de mais uma trama: a malsucedida Cortina de Vidro (1989), no SBT.

Para completar, Maurício Mattar apareceu pela primeira vez numa novela no último capítulo, como um pretendente de Catarina (Marieta Severo).

Venda de perfume e confusão com Corinthians

Vereda Tropical é considerada por muitos a melhor novela de Mário Gomes. O ator se destacou como o jogador de futebol Luca e até gravou o tema de seu personagem, como já havia feito em Duas Vidas (1976).

No final da novela, o atleta foi contratado pelo Corinthians. A Globo aproveitou um jogo entre o time paulista e o Vasco, pelo Campeonato Brasileiro daquele ano, para gravar Luca chegando de helicóptero no gramado do Morumbi.

Quando o Corinthians fez um gol, o ator invadiu o gramado e comemorou junto com os jogadores, sendo prontamente expulso de campo pelo juiz José de Assis Aragão. O fato causou muito burburinho e quase sobrou para o árbitro, que foi acusado de ter favorecido o ato, mas, posteriormente, acabou inocentado.

Além desse fato, um dos principais cenários de Vereda Tropical era a fábrica de perfumes CPP, onde trabalhava a protagonista, Silvana (Lucélia Santos). Ela fugia do cerco do seu ex-sogro, Oliva (Walmor Chagas), que fazia de tudo para conseguir a guarda do neto, Zeca (Jonas Torres). A mocinha não sabia, mas a fábrica era do milionário.

Devido ao sucesso da novela, foi lançado um perfume homônimo na época, que obteve muito êxito no mercado.


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