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REMAKE

Vale Tudo não tem que mexer em Odete, mas realmente precisa de certas mudanças

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM e TV GLOBO

Montagem com Paolla Oliveira e Renata Sorrah

Paolla Oliveira no Instagram e Renata Sorrah em Vale Tudo: as duas intérpretes de Heleninha

DÉBORA LIMA

debora@noticiasdatv.com

Publicado em 26/12/2024 - 6h10

Após uma enxurrada de críticas sobre o remake de Vale Tudo (1988), a autora Manuela Dias assegurou que não vai mais mexer nas principais características de Odete Roitman --vilã eternizada por Beatriz Segall (1926-2018) e que agora será vivida por Debora Bloch. Entretanto, com 37 anos separando as duas versões da novela, alguns pontos da história realmente precisarão de ajustes.

A adaptação tem previsão de estreia para março de 2025, como grande destaque das comemorações dos 60 anos da Globo. Uma das mudanças primordiais --e que já foi feita ao longo do processo de escalação-- é incluir mais diversidade na trama.

Na obra original, apenas Gildo (Fernando Almeida) e Zezé (Zeni Pereira) eram negros --sendo que ele era um menor desamparado e ela uma empregada doméstica, o que só reforçava a marginalização e preconceito.

Agora, as personagens principais são negras: Raquel é interpretada por Taís Araujo, e Bella Campos assume o papel de Maria de Fátima. O elenco ainda conta com Edvana Carvalho, Ramille, Belize Pombal, Breno Ferreira, Jéssica Marques, Leandro Firmino, Maeve Jinkings, Lorena Lima e Lucas Leto.

Ao herdar o papel de Renata Sorrah, Paolla Oliveira também já comentou que os dramas de Heleninha terão uma "nova roupagem". O vício da pintora em álcool deve ser mesmo tratado com mais seriedade e empatia, só que a adaptação poderia tratar ainda de outro tema: a dependência emocional da personagem, que não foi tão explorada antigamente.

Após se casar com Ivan (Antonio Fagundes) na versão de 1988, Heleninha se mostrou ainda mais carente e buscava constantemente a aprovação dele. As recaídas com a bebida só aumentaram à medida que ela percebia que o marido ainda amava Raquel (Regina Duarte). Seria interessante tratar essa dependência emocional de maneira mais séria, dando até mais espaço para as sessões de terapia da personagem.

Outra alteração necessária no enredo, e para a qual Manuela Dias já indicou ter se atentado, envolve o casal Laís (Lorena Lima) e Cecília (Maeve Jinkings) --vividas por Cristina Prochaska e Lala Deheinzelin na versão original.

As lésbicas sofreram com a censura da época, deixando o relacionamento amoroso mais subentendido e sendo tratadas até como "amigas". Agora, há a oportunidade de fazer essa reparação na história.

Segundo a sinopse do remake, as duas serão casadas oficialmente e até entrarão com um processo para adotar uma menina. Outra novidade é que Cecília vai trabalhar na luta contra o tráfico de fauna e flora. Nos bastidores da novela, fala-se sobre a possibilidade de ela ser assassinada por causa do ativismo, e não em um acidente de carro, como aconteceu na versão de 1988.

Um tema que deve levantar debates se for mantido na adaptação é a "produção independente" de Solange, papel de Lídia Brondi no passado e assumido por Alice Wegmann agora.

Na trama original, a mocinha decidiu ter um filho por conta própria após o término com Afonso (Cassio Gabus Mendes). Ela chegou a cogitar transar com André (Marcello Novaes) ou até com algum homem qualquer --sem avisá-lo de suas verdadeiras intenções.

Porém, acabou engravidando de Afonso numa recaída --sendo que o rapaz estava completamente bêbado, algo bastante questionável nos dias de hoje. Depois, a jornalista ainda optou por esconder que o mauricinho era o pai do bebê e seguiu com o plano de criar sozinha a criança.


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