TORRE DE BABEL
ARQUIVO/TV GLOBO
Tony Ramos foi de vilão a mocinho como o José Clementino de Torre de Babel, exibida em 1998
REDAÇÃO
Publicado em 30/7/2020 - 15h55
Em mais de cinco décadas na televisão, Tony Ramos brinca que sobreviveu a todas as previsões, das otimistas às mais pessimistas, de que os folhetins estavam com os dias contados. "Vivem cantando o fim da novela e todos os profetas, nos últimos 45 anos, erraram. A novela continuará e sempre", assegura o ator, que poderá ser visto novamente como o José Clementino de Torre de Babel (1998) a partir da próxima segunda (3).
A produção faz parte do projeto do Globoplay de resgatar tramas antigas e disponibilizá-las para serem revistas tanto pelos mais saudosistas quanto pelos jovens que não eram nem nascidos quando elas foram ao ar pela primeira vez --da icônica Vale Tudo (1988) até a mais recente A Favorita (2008).
Segundo o artista, o interesse do público por essas histórias mostra a força de um gênero que está longe de se esgotar. "Se você observar qualquer série de sucesso, perceberá que o folhetim está presente. Quem foi? Quem será? Quem matou? Como vai acabar? É um folhetim na essência", explica o marido de Lidiane Barbosa.
A narrativa de Silvio de Abreu, no entanto, não foi das mais tranquilas para o galã. O público rejeitou o seu papel de José Clementino, apresentado no primeiro capítulo com tintas de vilão ao matar a mulher infiel com uma pá e jurar vingança contra o seu patrão.
O autor precisou virar o folhetim de cabeça para baixo a fim de resgatar a audiência e, para isso, promoveu Tony de vilão para mocinho. O personagem, inclusive, precisou confessar o crime bárbaro na Justiça para então poder se redimir com os telespectadores. "Ele sempre se culpou, porque, claro, sabia que havia errado ao matar a esposa", avalia o intérprete.
Nos últimos capítulos, Clementino até ganhou o seu final feliz ao se casar com Clara (Maitê Proença). "Curiosa é a redenção dele pelo amor. Um novo amor", pondera o veterano em entrevista enviada à imprensa pela Globo.
Ele afirma que se o carpinteiro tivesse parado por alguns instantes e tomado um ar talvez a história tivesse tomado outro rumo. "Creio que como o Zé percebia e dizia: 'se eu pensasse um segundo apenas a mais, não teria feito essa loucura'. O amor ao próximo é o que de melhor existe", arremata Tony.
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