Rodrigo Fagundes faz homenagem à mãe morta com malandro de Cara e Coragem

Para Rodrigo Fagundes, estar em Cara e Coragem é uma alegria carregada de tristeza. Tão logo soube que estaria na novela das sete da Globo, o ator perdeu sua mãe, uma das vítimas da pandemia de Covid-19. O intérprete chora ao lembrar dela, e destaca que seu personagem, o malandro Armandinho, está sendo feito como uma forma de homenagem. 

"Eu adoro esse título, Cara e Coragem. A gente passou por uma pandemia, todo mundo, de alguma forma, perdeu muita coisa. Eu perdi minha mãe. Não queria me emocionar, mas sempre vou falar dela", desabafa ele, entre lágrimas.

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Uma semana antes de ela morrer, ela soube que eu ia fazer a novela. Estou fazendo muito por ela, que estava muito feliz, era minha fã número um. Toda vez que eu fico triste, eu falo [a mim mesmo]: 'Para, que minha mãe vai ficar puta comigo de onde ela estiver'. 

Com esse pensamento, o artista tenta afastar os momentos tristes para dar vida a uma figura que flerta muito mais com a comédia. Armandinho é o dono de uma agência de dublês, chefe de Pat (Paolla Oliveira) e Moa (Marcelo Serrado). 

Ao mesmo tempo que vive de implicância com os dois, ele reconhece que precisa dos talentos deles para que seus negócios funcionem. Isso não o impede de ter um ego gigantesco, algo que surpreendeu Fagundes. 

"Vou ser muito sincero, o visual veio da direção e da equipe da caracterização, porque eu tinha uma outra ideia do que seria. Eu deixei meu cabelo crescer. Quando eu soube que ia fazer, pensei que ele tinha uma autoestima delirante. Tanto que eu mandava para a Natália [Grimberg, diretora artística] umas referências do que eu queria ser. Eu mandava o Brad Pitt, mandava o cara que faz o Thor [Chris Hemsworth]. Eu estava malhando, perdi 20 quilos", relata o ator.

Quando a diretora pediu que ele deixasse um bigode crescer, Rodrigo Fagundes logo percebeu que seu papel seria bem distinto daquilo que havia planejado.

Na primeira caracterização, o bigode era postiço. Eu não uso relógio, não uso cordão, nada! Não gosto. Ele tem duas pochetes, uma camisa aberta. Me pegou de surpresa o visual dele, e me ajudou muito. Tirei tudo que estava imaginado e estou amando fazer o personagem em uma temperatura que nunca fiz no audiovisual.

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