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OPINIÃO

Repetições, didatismo e humor sem graça marcam início tropeçante de Terra e Paixão

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Anely (Tatá Werneck) tem expressão chorosa em cena com Ângelo Antônio (de costas)

Tatá Werneck em cena dramática de Terra e Paixão: Anely ainda não arrancou risos do público

Raphael Scire

raphascire@gmail.com

Publicado em 16/5/2023 - 6h45

A máxima publicitária "o agro é pop" extrapolou o intervalo comercial da Globo e invadiu o horário nobre com a estreia de Terra e Paixão, nova novela das nove. A trama rural de Walcyr Carrasco tem como objetivo recuperar a audiência que a antecessora Travessia (2022) deixou escoar, além de voltar a fazer barulho nas redes sociais, como ocorreu com o remake de Pantanal (2022).

Para isso, conta com um elenco de peso, com nomes que vão desde Tatá Werneck (Anely) a figurões como Tony Ramos (Antônio) e Gloria Pires (Irene). Fora isso, traz a assinatura de Carrasco, autor mais profícuo e espécie de amuleto da emissora quando é preciso jogar para a massa e fazer os números de audiência e faturamento dispararem.

Suas artimanhas narrativas conquistam o grosso da audiência, ainda que façam boa parte dos telespectadores e quase a totalidade da crítica torcer o nariz. Suas novelas são marcadas pelo melodrama rasgado, e Carrasco não faz questão nenhuma de reinventar o gênero. O bom e velho "feijão com arroz" folhetinesco é sua garantia de sucesso e, mesmo que suas histórias patinem nos números inicialmente, como vem ocorrendo com Terra e Paixão, o autor sabe virar o jogo, mesmo que para isso tenha que sacrificar a coerência de seus personagens.

Na primeira semana de exibição, Carrasco não economizou história. Em uma narrativa atropelada, mostrou o calvário da mocinha, que teve o marido morto, a casa incendiada e precisou lidar contra o assédio dos poderosos em cima de suas terras. O início de Terra e Paixão não mostrou nada novo, a não ser a figura carismática de Barbara Reis como a protagonista Aline.

Não é qualquer novata que enfrenta um ator do quilate de Tony Ramos de igual pra igual e sem deixar ser engolida pelo veterano. Nesse quesito, a aposta da direção se mostrou certeira. Segura em cena, Bárbara defende a personagem com dignidade, apesar de repetir inúmeras vezes a cada capítulo que irá se tornar uma produtora rural plantando na tal "terra vermelha" que serve de cenário à trama.

A repetição reforça o didatismo, outra marca registrada de Carrasco. Em cada cena, há uma explicação do que está acontecendo, não há espaço para respiros nem contemplação. É o blablablá de sempre nos diálogos, que cansam mas ao mesmo tempo ajudam a manter a audiência a par do que rola na história

Cauã Reymond (Caio), ator com inúmeros recursos, vai na contramão de seu par romântico e parece estar ligado no automático --destaque negativo para o sotaque forçado que ele tenta fazer. Sua atuação engessada abriu espaço para que Johnny Massaro (Daniel) brilhasse. Carismático, o ator consegue transferir para o personagem almofadinha a torcida pelo casal principal com Aline.

Por fim, o humor de Terra e Paixão é calcado na ofensa, o que deixa as cenas cômicas ambientadas no bar de Cândida (Susana Vieira) sem graça, ao fazer zombaria de características física dos intérpretes, como chamar os personagens de gordos ou velhos. Nem mesmo Tatá Werneck, autoridade no assunto, consegue arrancar o riso com o striptease virtual que sua personagem faz.

Terra e Paixão não é uma história ruim, mas precisava de um verniz maior, sobretudo no texto.


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