Protagonista moral, Guerra carrega Travessia nas costas e pode salvar a novela

Nem Ari (Chay Suede), nem Brisa (Lucy Ramos) e muito menos Oto (Romulo Estrela). O protagonista moral de Travessia é Guerra (Humberto Martins), personagem que transita em todos os núcleos, faz parte das principais tramas e movimenta a história de Gloria Perez. Papel escrito sob medida para o ator, o empresário é quem pode salvar a novela das nove da Globo com as muitas possibilidades de desfechos que o envolvem.

Para se ter uma ideia da importância de Guerra, foi um atentado à vida dele quem marcou a virada no capítulo cem da trama. E foi a partir da explosão do carro do executivo que Ari acabou ganhando contornos de vilão ao roubar o próprio sogro. O folhetim --que andava em um marasmo só-- parece ensaiar uma sobrevida com as reviravoltas das artimanhas do maranhense para enganar o pai de Chiara (Jade Picon).

O empresário também está envolvido na história de Moretti (Rodrigo Lombardi). Um dos pontos altos da trama do grande rival de Guerra tem ligação direta com ele que é, justamente, a paternidade da patricinha. Já nos primeiros capítulos, Travessia dava enorme importância ao personagem de Humberto Martins, com todo o drama envolvendo a traição e a morte de Débora (Grazi Massafera) por causa do amante.

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Com o decorrer dos meses, Guerra ganhou mais cenas e mais trama. Um exemplo é a possível paternidade de Brisa. A história, que não estava prevista na sinopse de Gloria Perez, parece ter se aproveitado da multifuncionalidade do personagem, que transita entre todos os núcleos da novela das nove da Globo. Até mesmo o envolvimento com Guida (Alessandra Negrini) foi dado ao papel de Humberto Martins.

A interferência dele em todo o imbróglio dos protagonistas se deve ao amor que sente por Tonho (Vicente Alvite), trama que rende bons momentos ao ator. Guerra é um tipo interessante, com perfil rico, nada maniqueísta e que desperta diferentes reações no telespectador. Não é à toa que Humberto Martins diga que a autora é uma espécie de anjo da guarda da sua carreira.

"Foi muito fácil aceitar o convite da para fazer o Guerra. A Gloria foi uma das responsáveis. Trabalhar com ela é muito simples, muito fácil. Me sinto mais do que honrado, privilegiado de ter tido tantos trabalhos com ela. Me sinto mais que apadrinhado, me sinto afilhado", disse o ator na entrevista coletiva de lançamento da novela.

"Cada personagem que ela me deu, eu tive como um grande presente e com uma grande responsabilidade de dar em troca a ela toda essa confiança depositada em mim. Sou muito grato a ela e a esse maravilhoso destino que me colocou ao lado dela", acrescentou.

Escrita por Gloria Perez, Travessia será encurtada e perderá duas semanas. Com baixos índices de audiência e repercussão ruim nas redes sociais, a trama vai acabar em 5 de maio, quinze dias antes da data prevista. A saga de Brisa (Lucy Alves) dará lugar a Terra e Paixão, próxima novela de Walcyr Carrasco.

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