Preso em casa, ator de Novo Mundo entrega obsessão da quarentena; saiba qual

Preso em casa por conta da pandemia de coronavírus (Covid-19), Daniel Dantas passa a maior parte do tempo entre os seus livros. Um deles em particular não tem descanso na estante. Intérprete do padre Olinto em Novo Mundo, o ator está obcecado em decorar os primeiros versos da Ilíada, escrito há quase três milênios pelo poeta Homero.

"Estou memorizando o texto do primeiro canto, que um dia quero fazer com o público, mas que por enquanto a única perspectiva é eventualmente fazer por internet. Então estou decorando, discutindo e esperando para poder voltar a gravar, ou melhor, começar a próxima novela das nove", explica ele, que está escalado para Um Lugar ao Sol.

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O poema invoca a deusa da memória, Mnemosine, para lembrar os inúmeros conflitos entre gregos e troianos que dão origem à tragédia do herói Ulisses --permeada por sereias, bruxas e pelo famigerado cavalo de madeira recheado de soldados que decretou o fim da guerra entre os dois povos.

Aos 66 anos, o artista brinca que a poesia não é a sua única obsessão durante a quarentena. "Estou tomando muito cuidado com tudo. Usando álcool, máscara, luva, lavando a mão. Dependendo da situação, mantendo a distância social e morrendo de saudades das pessoas que não posso ver pessoalmente", confidencia.

Ele também tem acompanhado vez ou outra a edição especial do folhetim de Alessandro Marson e Thereza Falcão. "Adorei a novela ter voltado. Eu gostaria de rever várias coisas. Não só minhas, como de outros atores. Realmente é muito bonita e bem feita", elogia o namorado de Letícia Sabatella.

A produção, inclusive, impôs um desafio ao veterano. "Foi a primeira vez que eu arrisquei fazer um sotaque em uma trama inteira. Foi legal ver durante a primeira exibição e com o pouco que vi agora posso ficar relativamente satisfeito com o resultado", conta o carioca.

Apesar de interpretar um português, ele sente que pode entrar em contato com a cultura indígena por participar do núcleo da aldeia tucaré. "Eles foram e são os donos reais dessa terra e estão correndo muito risco hoje em dia. E como é terrível em muitos casos, quase que sempre, a chegada do homem branco do estrangeiro em áreas que já estão previamente ocupadas", analisa Dantas.

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