Picareta em Fuzuê, Pedro Carvalho usa experiência pessoal: 'Conheci a maior 171'

"Lobo em pele de cordeiro". O ditado caberia como uma luva em Rui Sodré, o agente de modelos que promete movimentar a novela Fuzuê. Acostumado a fazer mocinhos e personagens do bem, como o padeiro Abel de A Dona do Pedaço (2019), Pedro Carvalho volta às telinhas do Brasil com uma roupagem completamente diferente: o português realiza seu desejo de viver um malvadão. "Aqui no Brasil, ainda não tinha tido a oportunidade de interpretar um vilão de mão cheia. E este é, sem dúvida, um desses personagens, bem dissimulado, sem chance para redenção", comemora.

Como a vida costuma imitar a arte --e vice-versa--, Carvalho assegura que não precisou ir muito longe para buscar inspirações. Bem-humorado, o galã lembra que já conviveu e se surpreendeu com tipos iguais ao personagem picareta.

"Eu tenho uma história muito particular que me conectou com este personagem. Eu já conheci um 'Rui', mas na versão feminina, que aplicou vários golpes e era a última pessoa de quem qualquer um desconfiaria. Com uma autoestima lá em cima. Claro que ninguém nunca desconfiou de que ela era a maior 171. Isso é o que confere a estas pessoas essas personalidades tão persuasivas e conviventes, sedutoras, de quem jamais desconfiaria."

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"Claro que, quando se desmascarou a pessoa em questão, foi um choque para mim e para todos. Então trouxe de imediato durante os ensaios essa vivência que presenciei de perto para compor o Rui", admite ele em papo com o Notícias da TV.

Além da experiência pessoal com a golpista, Pedro Carvalho usou como fonte o personagem do ator Leonardo Di Caprio no filme O Lobo de Wall Street (2013) e, também, o documentário O Golpista do Tinder (2022).

Fuzuê marca a retomada da parceria com Gustavo Reiz. O ator protagonizou Escrava Mãe (2016), novela que o autor escreveu na Record e que foi a estreia de Carvalho em um projeto brasileiro. "Estou reencontrando alguns colegas queridos com quem já tinha trabalhado por aqui, e conhecendo outros tantos extremamente talentosos. E é um reencontro muito feliz em um projeto do Gustavo Reiz, que foi o autor da primeira novela que eu gravei no Brasil, quando vim fazer o protagonista. Estou muito feliz por estar de volta", diz.

Mas a novela não é seu único desafio. Com uma veia empreendedora, herança de pai economista e empresário, o ator concilia as gravações com seus empreendimentos em Portugal. Entre eles, um bastante inovador: um hotel todo tecnológico, que o artista consegue administrar apenas pelo celular. Lá, aliás, ele é uma celebridade bastante popular.

"O público português me viu crescer --literalmente!-- na TV portuguesa. Comecei bem novinho ainda, e lá se vão mais de 15 novelas portuguesas em que tenho feito do mocinho ao vilão. Mas, desde 2015, o público pode me ver também em projetos além das fronteiras", discursa.

"A reação que recebo das pessoas em Portugal, nas minhas redes sociais, nas ruas, de colegas de profissão é de grande orgulho, por verem um ator português fazendo carreira além das fronteiras, no país irmão que nós portugueses tanto amamos e com quem crescemos vendo as atuações de tantos mestres do audiovisual brasileiro. A Dona do Pedaço, por exemplo, foi um enorme sucesso de audiência em Portugal. Sinto alguma responsabilidade e muita satisfação por estar 'representando' Portugal aqui no Brasil nos projetos em que me envolvo", explica.

Na próxima novela das sete da Globo, Rui Sodré é um agente de modelos, um verdadeiro 171, que vem de Portugal acompanhando Olívia (Jessica Córes) e que vai aproveitar a fragilidade dela para conseguir tirar dinheiro dos Braga e Silva, se infiltrando na Fuzuê. "Ele vai se aliar a Preciosa [Marina Ruy Barbosa] e consegue identificar em cada um o seu ponto fraco que o possa favorecer nos objetivos que pretende alcançar. É um cara que 'ocupa muito espaço', um verdadeiro malandro. Um pirata. Ele se acha, e isso dá alguma graça ao personagem. Experimentar fazer horário das sete me entusiasma muito também, porque é um outro tipo de público", adianta o galã.

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