Os três acertos que tornaram Renascer um pouco menos sofrível de assistir

Renascer chega à última semana com uma história arrastada e extremamente monótona, mesmo com as diversas mudanças do autor Bruno Luperi para tentar movimentar a saga dos Inocêncio. A audiência da novela das nove ficou abaixo da esperada para o horário, indicando o cansaço do público com tramas rurais e também remakes.

A impressão é de que a narrativa não andou nos mais de 190 capítulos do folhetim, com o looping de José Inocêncio (Marcos Palmeira) rejeitando João Pedro (Juan Paiva) em todas as oportunidades. A mágoa do protagonista com o caçula por causa da morte de Maria Santa (Duda Santos) no parto não convenceu, o que só causou aversão pelo fazendeiro.

Apesar das críticas, o remake acertou em pelo menos três quesitos ao longo desses oito meses: a primeira fase, as aparições do espírito de Santinha e a escalação de Juan Paiva.

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Os primeiros capítulos da história foram ótimos, com elenco bastante entrosado. O início do romance de Inocêncio (vivido então por Humberto Carrão) e Maria Santa comoveu o público, e as vilanias de Belarmino (Antonio Calloni) e Firmino (Enrique Diaz) também chamaram a atenção.

Contudo, infelizmente, a trama desandou com a passagem de tempo. Nem mesmo o misticismo do diabinho na garrafa, as idas e vindas de casais ou as mortes foram suficientes para reacender a vontade de acompanhar a trama.

As poucas exceções em que a emoção voltava ao folhetim foram as sequências com o espírito de Santinha. A delicadeza na interpretação de Duda Santos trazia uma áurea de tranquilidade e paz mesmo em momentos tensos da trama, como quando a alma buscou Venâncio (Rodrigo Simas) e também recentemente nas conversas com João Pedro.

Aliás, Juan Paiva praticamente carregou a novela nas costas --e provou mais uma vez ser um dos melhores artistas de sua geração. O ator acertou em cheio o tom do personagem e ganhou o carinho do noveleiro, que o defendeu com unhas e dentes nas redes sociais a cada humilhação de Inocêncio. O romance do mocinho com Sandra (Giullia Buscacio) também arrematou a torcida do público.

Há que se fazer também uma menção honrosa à participação de Malu Mader nessa reta final. A atriz entrou com o bonde andando e conseguiu sentar na janelinha com louvor. O desempenho foi tão satisfatório que Aurora ficou mais tempo no folhetim do que era previsto --pena que não o suficiente para mudar o destino de José Inocêncio.

Ao menos não é possível dizer que o autor não se esforçou para reverter a apatia do telespectador. Luperi remexeu na obra do avô, Benedito Ruy Barbosa, e alterou os rumos de vários personagens.

Diferentemente de 1993, por exemplo, Tião (Irandhir Santos) não morreu tragicamente. O escritor também decidiu trocar os casais na reta final, deixando Bento (Marcello Melo Jr) com Kika (Juliane Araújo) e Ritinha (Mell Muzzillo) com Eriberto (Pedro Neschling). Além de criar um amor para Zinha (Samantha Jones).

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A adaptação de Bruno Luperi da saga rural escrita originalmente pelo avô, Benedito Ruy Barbosa, entrou na reta final. O remake será substituído por Mania de Você, nova trama de João Emanuel Carneiro, em 9 de setembro.

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