O que é a dança vertical? Conheça a técnica mostrada em Cara e Coragem

Cara e Coragem apresentou para o público uma modalidade artística pouco conhecida no Brasil: a dança vertical. Bailarinos apareceram pendurados em cordas, fazendo piruetas sincronizadas, usando a fachada de um prédio como apoio. Para dar veracidade aos personagens, os atores precisaram aprender a técnica e vencer um inimigo invisível: o próprio medo.

Vitoria Bohn, que interpreta  Lou na história, foi a que mais precisou dar duro. Sem experiência alguma em dança, a atriz precisou da atenção especial da preparadora de elenco Adelly Constantini da novela das sete da Globo.

"Na primeira aula que subimos seis metros do chão fiquei com ela lá em cima, pendurada, segurando sua mão pra que se acostumasse com a altura. Foi duro pra ela no começo. No entanto, garra e determinação ela teve, e está cumprindo seu papel lindamente, como podemos ver!", declara Adelly ao Notícias da TV.

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divulgação/tv globo

Vitoria Bohn em preparação para a novela

"Começamos devagar, entendendo cada movimento e, principalmente, respeitando os limites e características de cada corpo, pra não gerar traumas nos atores e fazer com que eles se sentissem, cada dia, mais seguros percebendo suas evoluções", conta.

O medo, claro, é um inimigo a ser batido para que a dança seja executada e apreciada, mas o aspecto físico também é primordial na hora da preparação. "Acho que [o mais difícil é] se acostumar com a altura principalmente. Depois disso, as duas dificuldades da técnica que são: as dores na perna, lombar e virilha por conta do uso da cadeirinha por tempo prolongado; e outra que é a do corpo se acostumar que ali, o chão é na parede", enumera a preparadora.

"Entender o corpo e os movimentos em relação paralela ao chão da uma confusão no labirinto que demora um tempinho pra se acostumar", complementa.

O Notícias da TV conversou também com Cristiano Cimino, diretor de movimento, roteirista e dramaturgo da Cia Base, a companhia de espetáculos verticais que trabalhou na cena dos primeiros capítulos de Cara e Coragem. O profissional define as peculiaridades da técnica:

"Uma dança que assume uma nova espécie de presença e, através dos movimentos dos intérpretes, cria-se uma 'poesia no espaço'. Cada movimento na dança vertical deve ter emoção e expressão própria. Sua duração deve ser como na música. Deve ter pausa e encadeamento próprio. Um fluxo que o mantenha aceso. Uma dança de ocupação do espaço vertical", afirma.

Cara e Coragem é uma novela escrita por Claudia Souto, a mesma autora de Pega Pega (2017). Dirigido por Natalia Grimberg, o folhetim aborda o universo dos dublês e será substituído por Vai na Fé, de Rosane Svartman. 

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