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VALE A PENA VER DE NOVO

O Clone: Gloria Perez conheceu lado B do Oriente Médio para escrever novela

JOÃO COTTA/ TV GLOBO

Gloria Perez em entrevista a Globonews no programa Oficina em Cena: autora está sentada, e usa camisa social branca com detalhes em preto

Gloria Perez fez viagem para entender os costumes dos muçulmanos para escrever novela clássica

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 21/9/2021 - 17h44

Nada de observar paisagens ou belos restaurantes. Gloria Perez fez uma viagem diferente pelo Oriente Médio para escrever O Clone (2001). A autora quis entender o cotidiano dos muçulmanos comuns para ambientar a história de amor de Jade (Giovanna Antonelli) e Lucas (Murilo Benício).

Na viagem, a novelista passou pelo Egito e Marrocos para fazer o núcleo muçulmano da trama da novela das nove. Em entrevista enviada pela Globo à imprensa, a roteirista deu detalhes sobre a experiência. 

"Era isso o que eu queria buscar: o muçulmano médio. Fiz amizade com o guia que nos acompanhou na viagem e convivi muito com a família dele, com os amigos dele, de modo a poder observar os costumes, as maneiras, a forma como viam a si próprios e como nos viam também", disse Gloria. 

A autora também teve a ajuda de um consultor para escrever melhor sobre a religião muçulmana. O sheik Jihad Hassan Hammadeh a auxiliou na tarefa e a presenteou com um Alcorão --o livro sagrado do Islã. 

A novelista, então, personificou o texto em dois personagens dicotômicos: "Dali retirei os ensinamentos do progressista tio Ali [Stênio Garcia] e do fundamentalista tio Abdul [Sebastião Vasconcellos]. Tivemos sempre o maior cuidado para não ferir suscetibilidades religiosas". 

Observação

Gloria também fez o mesmo trabalho de pesquisa no Brasil para escrever outra parte importante de O Clone. Mel (Débora Falabella) é a filha de Lucas (Murilo Benício) e Maysa (Daniela Escobar) e sofre de dependência química. 

A novelista quis se desvencilhar do olhar tradicional sobre o assunto e decidiu visitar clínicas de reabilitação para entender a visão do dependente:

Conversei com pessoas internadas e com outras que tinham conseguido superar a dependência. A trajetória de Mel foi intercalada com depoimentos de dependentes, internados ou não, contando sua experiência, seu fundo de poço. E também de seus familiares. Era o recado duro e sofrido de quem vivia o problema. E foi imensa a escuta. 

Gloria se orgulha do resultado alcançado com a novela e está ansiosa para rever a trama no Vale a Pena Ver de Novo. O Clone estreia em 9 de outubro.

"Me encheu de emoção pelas vidas que [a novela] foi capaz de tocar, fazendo com que tantos dependentes químicos buscassem tratamento por vontade própria, que suas famílias compreendessem o que se passava com eles, e que muitas pessoas, impressionadas com a crueza com que a história foi contada, tenham desistido de experimentar a droga", finalizou Gloria Perez. 


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