Globo correu com gravações de Éramos Seis e colocou atriz de 87 anos em risco

Para que Éramos Seis chegasse ao fim na data já prevista, nesta sexta (27), e não tivesse suas cenas finais interrompidas pela pandemia de coronavírus (Covid-19), a Globo teve de colocar em prática um esquema perigoso. Além de agilizar muito o processo de gravação, a atriz Nicette Bruno, de 87 anos, correu risco ao fazer uma participação especial. Pela idade, ela faz parte do grupo mais vulnerável à doença.

Nicette fez cenas com Gloria Pires, que interpreta Lola. A atriz veterana, que foi a protagonista na versão da novela de 1977, dessa vez viveu madre Joana, uma religiosa que acolhe a matriarca em seu asilo.

Irene Ravache, que também está no grupo de risco do coronavírus (tem 75 anos) e também viveu Lola (na versão de 1994) foi outra participação de luxo da última semana da novela. Ela interpreta Tereza, outra moradora do asilo. Gloria Pires conta que o sentimento por contracenar com as duas foi muito bom, mas houve também certo distanciamento e pressão no set, por precaução contra o vírus.

VACILO

Globo deixa passar erro de continuidade gritante em Garota do Momento

NOVO AMOR?

Chifre trocado: Em Volta por Cima, Violeta sai com bandido e deixa Osmar furioso

"Nicette Bruno e Irene Ravache, além de serem atrizes experientes e mulheres que sempre admirei, também interpretaram Lola nas outras versões da novela. Imaginem a emoção instalada no set, justamente no último dia de gravação, numa pressão enorme por conta da Covid-19. Uma vontade enorme de abraçar e beijar. Eu me senti uma privilegiada por todos esses contornos que tornaram esse encontro ainda mais especial", declarou Gloria em nota oficial da Globo.

A autora da novela, Angela Chaves, confessa que se preocupou com a saúde dos atores, principalmente os mais velhos, neste momento de pandemia que coincidiu com a reta final da trama.

"A novela estava bem adiantada, faltavam apenas algumas cenas para serem gravadas. Nossa preocupação foi com os mais velhos e também com as crianças. Mas conseguimos realizar da melhor forma com a ajuda de todos", disse.

Justamente para minimizar o risco aos quais todos os atores e funcionários estavam expostos, já que a ordem é evitar aglomerações de pessoas, as gravações de Éramos Seis foram apressadas.

"O que a gente fez na segunda e terça-feira da última semana é o que normalmente no final de uma novela se faria em cinco dias de gravação. A gente acelerou o processo, enxugou algumas coisas, como figuração, que não usamos, para não ter muitas pessoas envolvidas no set. Mas realizamos todo conteúdo programado no texto, na dramaturgia", afirmou o diretor Carlos Araujo.

Para ele, o final da novela, que mostrará pela primeira vez um desfecho feliz para Lola, servirá como um afago nos corações dos telespectadores. "A novela fala muito de fraternidade, sempre falou, mas nesse final fala bastante. De valor humano, respeito, generosidade, a troca, o olhar. Vai ser um acolhimento, um conforto. De certa forma, faz uma conexão com o momento que vivemos", concluiu.

Inscreva-se no canal do Notícias da TV no YouTube e assista a vídeos com revelações exclusivas de Éramos Seis e de outras novelas!