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ISACQUE LOPES

Filho de 'Sol da vida real': Ator de Vai na Fé revela perrengues da mãe em baile funk

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Isacque Lopes caracterizado como Ben; ele usa um terno cinza e sorri para a câmera nos bastidores de Vai na Fé

Isacque Lopes, o Ben jovem de Vai na Fé, em foto nas redes sociais; ator foi para baile ainda bebê

SABRINA CASTRO

sabrina@noticiasdatv.com

Publicado em 27/5/2023 - 6h40

Isacque Lopes foi ao seu primeiro baile funk muito antes de pisar nos Estúdios Globo, onde grava as cenas como o Ben jovem de Vai na Fé. Ele ainda era um bebê e estava amarrado às costas da mãe, frequentadora assídua das festas no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro. A mulher, inclusive, tem uma história bem parecida com a de Sol (Jê Soares/Sheron Menezzes), par romântico do ator na novela. Ela contrariava a própria mãe, fugia de casa e enfrentava perrengues para se encontrar com o pai do artista.

"Eles viveram um romance parecido com o do Ben e da Sol", conta o ator, sorrindo, ao Notícias da TV. Mas nem todas as histórias são tão divertidas quanto ele faz parecer em um primeiro momento. "Também tem um pouco da realidade que o morador de comunidade passa. Que é estar ali, curtindo o baile, e a polícia entrar. Aí começa uma correria, ela pula o muro e se machuca porque está tendo um tiroteio", revela.

Às vezes, uma coisa se misturava a outra. Ela fugia da mãe, mas também da polícia --e acabava ferida duplamente. "Aconteciam umas coisas bem loucas, de ela sair escondida, e a mãe descobrir que ela tinha fugido... Aí, além de se machucar porque pulou o muro para correr da polícia, ela apanhava em casa porque a mãe não sabia que ela tinha saído", conta Lopes, aos risos.

Não por acaso, a mãe do ator foi a principal inspiração dele para a construção do personagem de Vai na Fé. Além de ler e reler os roteiros, ele a entrevistava e pedia detalhes dessas histórias. Ela também serviu como ponto de referência para a vida na comunidade. O artista saiu do Complexo da Maré muito cedo, aos cinco anos, e não se lembra de muita coisa.

Mas ele nunca se esqueceu de suas raízes, e resgatar essa parte da própria história foi importante para o papel. Vai na Fé, afinal, retrata a periferia do Rio. Boa parte das cenas dele são em Piedade, no extremo da Zona Norte da cidade. E, por mais que tenha saído da comunidade cedo, ele ainda sente um "gostinho de infância" ao gravar essas cenas.

"É bom relembrar os lugares que eu passei, onde nasci, de onde sou cria, a minha verdade, a minha essência. É bom ter esse gostinho. Eu sinto saudade", destaca. Mas, em seu trabalho, ele nunca deixou o subúrbio para trás. Lopes também é cantor, e ritmos relacionados à periferia --o funk, o samba, o trap e o hip-hop-- fazem parte de suas músicas.

Daí, a emoção ao encontrar MC Cabelinho nos bastidores da novela. Eles nunca contracenaram --os personagens fazem parte de fases diferentes--, mas conseguiram conversar sobre o processo criativo no camarim. 

De Michael Jackson ao funk 💥 

Ainda há uma outra faceta dele como artista --e justamente a primeira de todas. Foi por meio da dança que Isacque Lopes enveredou pelo caminho artístico. O ator ainda se lembra da primeira vez que viu um vídeo de Michael Jackson (1958-2009), inspiração para sua carreira. Ainda hoje, ele tem um santuário dedicado ao cantor. Um grafite cobre uma parede, e fotos e acessórios que remetem ao rei do pop decoram uma estante na casa dele.  

"Minha mãe tinha vários DVDs de hip-hop em casa, mas teve um dia que ela chegou com um DVD do Michael Jackson, e cara.... Eu fiquei mais do que apaixonado, eu fiquei anestesiado, assim, pelos clipes, pelo que aquele cara sabia fazer. E, mesmo com pouca idade, eu comecei a imitar, meio desleixado, troncho, mas imitava", relembra.

Lopes começou a expor o cover nas ruas e até cobrava para se apresentar em alguns eventos. Um dia, seu professor de Educação Física o viu dançando e ficou encantado. A mulher do educador tinha uma academia de dança, e o artista foi convidado para estudar lá --com uma bolsa integral. O rapaz passou a infância se dividindo entre a escola e a formação em jazz e hip-hop.

Eu tive infância, mas foi meio conturbada. Desde cedo eu estava ali no corre, fazendo minhas paradas, porque inconscientemente eu já tinha um objetivo meio traçado na minha cabeça. Sempre amei muito a arte... Não tinha certeza de que era aquilo que queria fazer, na verdade, porque a certeza veio na adolescência, mas eu já amava mesmo assim.

Tudo mudou aos 11 anos, quando ele foi convidado para um teste num musical sobre a vida de Michael Jackson. Ele viajou para São Paulo, competiu com 1,5 mil crianças e conquistou uma das principais vagas: interpretava o astro pop durante a infância e adolescência, no período em que MJ participava do grupo The Jackson 5. Aí, sim, a rotina dele virou uma loucura. Além da escola e dos ensaios, ele apresentava o espetáculo duas vezes por dia, entre quinta e domingo. 

Mas o cansaço não era nada perto do fato de ele interpretar um de seus maiores ídolos. Foi ali que o ator percebeu a importância da representatividade, de ter ídolos negros em quem se inspirar. Hoje, é ele que ocupa esse lugar. O intérprete de Ben ainda se choca quando fãs o param na rua e gritam, se declaram, pedem fotos.

Também ficou espantado por não conseguir curtir blocos de rua no Carnaval, já que várias pessoas iam falar com ele. Mas sabe da responsabilidade de sua posição, principalmente pelo poder da televisão em alcançar vários públicos.

Eu acho que eu estou num momento muito importante, em que nós [pessoas negras] estamos tendo, sim, um poder de fala maior. Mas por conta de muita luta. Foram mais de 400 anos de batalha, de luta, e agora, só agora, é que estamos tendo essa oportunidade. E vamos ter muitas mais, porque não vamos mais chegar de mansinho. Agora é a nossa vez.

Sol ou Lumiar?💘

De fato, a representatividade tomou conta da Globo neste ano. Pela primeira vez na história, todas as novelas inéditas têm um protagonista negro. Orlando (Diogo Almeida), em Amor Perfeito; Aline (Barbara Reis), em Terra e Paixão; e, claro, Sol e Ben em Vai na Fé. Embora o advogado da novela das sete seja majoritariamente vivido por Samuel de Assis, Lopes faz parte desse processo.

O ator mais velho, afinal, fez questão de alinhar o personagem com ele. Os dois traçaram vários aspectos juntos. Assis neutralizou o sotaque sergipano, assim como Lopes tentou diminuir o "carioquês" de sua fala; o Ben adulto tentou ter uma postura mais solta, e o Ben jovem apresentou um jeito mais sério, que não é característico de seu intérprete. Ainda hoje, os atores conversam sobre o advogado. E até dividem uma opinião sobre o final dele. Se depender dos artistas, Ben deve, sim, ficar com Sol.


Mas Lopes torce mesmo para que a vendedora de quentinhas tenha um final feliz. "Ela sofreu muito ao longo da vida... Esse preconceito chato de ela ser evangélica e dançar com o Lui Lorenzo [José Loreto], por exemplo, que é uma coisa que a gente precisa parar de dividir. A gente pode sim ter uma espiritualidade e trabalhar com o que a gente trabalha. No caso dela, é uma dançarina... Tipo, qual o problema?", questiona.

Ainda há o abuso cometido por Theo (Emilio Dantas), um dos maiores traumas da personagem. "Foi uma coisa muito forte, muito pesada. De ela ter descoberto um filho, ter se separado do Ben, Esse desencontro deles, porque não teve um fim definido. Então foram várias coisas ruins que ela passou na vida dela, né? Então, eu sou team Ben e Sol por isso. Os dois foram o primeiro amor um do outro... Então, teve esse reencontro... Essa coisa do amor afro. Vai ser lindo de se ver", completa o ator.

Vai na Fé ocupa a faixa das 19h da Globo. A novela será substituída por Fuzuê, de autoria de Gustavo Reiz, que está na fase de pré-produção na Globo. O folhetim contará com Giovana Cordeiro e Marina Ruy Barbosa nos papéis principais de mocinha e vilã, respectivamente.


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