Especialista em mocinhas, Marina Ruy Barbosa é capaz até de matar em Fuzuê

"Parece uma rosa / De longe é formosa / É toda recalcada / Alegria alheia incomoda". Os versos de Rita Lee (1947-2023) em Erva Venenosa cairão como uma luva para embalar as cenas de Preciosa, vilã vivida por Marina Ruy Barbosa em Fuzuê. Na próxima novela das sete da Globo, a bela ruiva fará de tudo para escapar da pobreza depois de descobrir que sua família está à beira da falência. Inclusive matar qualquer adversário.

"Ela é bem bem absurda. Ela fala coisas monstruosas com uma naturalidade que é chocante. Preciosa seria capaz de matar para conseguir os seus objetivos. Ela passa por cima até da mãe, do marido, de qualquer um. É uma pessoa que não tem limites mesmo e que se coloca em primeiro lugar sempre. O lado empático dela veio com defeito, é inexistente", diverte-se Marina, que volta ao ar na trama que entra no lugar de Vai na Fé a partir de segunda (14).

Na TV há quase 20 anos, a ruiva se especializou em interpretar mocinhas. Com exceção da ambiciosa Alice de Morde & Assopra (2011), Marina mais chorou do que fez chorar na ficção. Defensora das heroínas que viveu em tantos trabalhos, a atriz queria voltar à TV fazendo uma personagem completamente diferente.

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Costumo dizer que só fiz uma vilã mirim, porque eu tinha 15 anos quando interpretei a Alice. Ela era uma patricinha também, mas a Preciosa é minha primeira vilã oficial, porque vai muito além da própria Alice. Era algo que eu realmente estava querendo, eu estava buscando fazer uma personagem diferente. Eu adoro fazer mocinhas, e novelas de modo geral, mas queria mostrar um outro lado.

Precisa ainda tem outro diferencial: um tom mais cômico, próprio da história criada por Gustavo Reiz em sua estreia na Globo. "Preciosa é capaz de tudo, mas ela tem humor. Ela é um pouco fora do tom, até tem um certo exagero. O horário das sete permite isso, e o texto do Gustavo pede também."

A vilã é herdeira e administradora de uma rede de joalherias. Bonita, elegante e vaidosa, Preciosa é a rainha da ostentação. Ela usa seu programa de TV para encarnar uma espécie de coach da riqueza, estimulando as mulheres a seguirem seu exemplo. Por isso, tem verdadeiro pavor com a possibilidade de ficar pobre, embora seu patrimônio esteja em franca decadência.

Apesar da bela cabeleira ruiva e do visual moderno e elegante --características da própria Marina--, o grande traço em comum entre criadora e criatura é o gosto pela moda. "Nós duas gostamos desse universo, ela usa roupas bonitas [muitas, aliás, da Ginger, marca criada pela atriz], está sempre bem vestida, elegante. Mas a Preciosa é uma personagem dentro da personagem. Ela é uma para as seguidoras e outra em casa, com a família. Não sou assim. E ela é muito acelerada, impulsiva. Eu tenho outro ritmo até para falar. Eu penso muito mais antes de falar, de agir. Ela é bem atropelada", compara Marina.

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