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Estreia no Globoplay

Em A Indomada, Aguinaldo Silva detonou abertura e excluiu casal lésbico

Divulgação/TV GLOBO

As atrizes Renata Sorrah e Catarina Abdala caracterizadas como Zenilda e Vieira, suas personagens em A Indomada

Em A Indomada, as personagens Zenilda (Renata Sorrah) e Vieira (Catarina Abdala) viviam romance secreto

REDAÇÃO

Publicado em 30/8/2020 - 6h50

A novela A Indomada (1997), que estreia nesta segunda-feira (31) no Globoplay, causou certa dor de cabeça a Aguinaldo Silva na época de sua exibição original. O autor logo de cara não gostou da abertura desenvolvida por Hans Donner e reclamou dela. Ao longo da trama, ele também decidiu acabar com um romance lésbico, por notar rejeição do público.

A história de se passava em Greenville, pequena cidade fictícia do interior, cheia de personagens conservadores e antiquados. A protagonista era Helena (Adriana Esteves), uma moça que estudou na Europa e voltou ao Brasil para tomar posse da fortuna de sua família --contra a vontade de sua tia megera, Maria Altiva (Eva Wilma).

A abertura da novela mostrava a força de uma mulher, que passava por várias dificuldades e superava barreiras ao longo de uma corrida. A modelo era Maria Fernanda Cândido, e nas cenas seu corpo se transformava em água, fogo e pedra para ultrapassar obstáculos de concreto e ferro.

Confira a abertura de A Indomada:

Aguinaldo Silva e Ricardo Linhares, coautor da novela, no entanto, tiveram uma péssima surpresa ao conferirem as imagens e a combinação delas com a trilha sonora (que inicialmente era apenas instrumental, com a música Maracatudo, de Sérgio Mendes).

"Levei um susto. A abertura é fria, a novela é quente. O romance ou a comédia teriam sido os melhores caminhos", disse Linhares ao jornal O Globo, em 1997. A direção artística da novela fez uma modificação para que as vozes da versão original da música ficassem mais em evidência. Ainda assim, Aguinaldo Silva não ficou satisfeito com o resultado.

"Pelo que ouvi, ninguém gostou. A abertura é ruim, não tem a ver com a novela. Esperava algo mais rural. Agora, mudou um pouco, mas tão pouco que não adiantou", detonou o novelista.

Hans Donner deu a sua versão da história: "Acho que nossa equipe conseguiu resumir a ideia da sinopse: mostrar a protagonista como uma mulher ligada à natureza, que precisa ultrapassar vários obstáculos, mas que é tão forte que nada a detém. Aliás, não acho que a abertura seja fria: além de uma mulher, usamos fogo, água e plantas de verdade conjugados com os recursos da tecnologia".

A abertura só teve uma mudança mais significativa quando a novela foi reprisada no Vale a Pena Ver de Novo, em 1999. A música foi trocada para Unicamente, de Deborah Blando, que fez sucesso como tema da protagonista Helena.

Veja como ficou a abertura com a nova música:

Romance apagado

Em contrapartida ao conservadorismo de Altiva, havia em Greenville um lugar muito frequentado: o bordel Casa de Campo. O estabelecimento era comandado por Zenilda (Renata Sorrah) com a ajuda de Vieira (Catarina Abdala), que fazia a contabilidade do lugar.

A princípio, as duas tinham uma relação amorosa, mas Aguinaldo Silva decidiu mudar isso ao ver que o romance não recebia o apoio do público.

“A Zenilda tinha um caso secreto com Vieira. Desde o começo, senti que não estava funcionando. Quando eu saía à rua, via que as pessoas não gostavam daquilo. Tranquilamente, fui jogando a Renata para cima do Cláudio Marzo [1940-2015], que interpretava o Pedro Afonso, e o público adorou. É loucura insistir", disse em depoimento ao livro Autores, Histórias da Teledramaturgia.

De fato, a relação foi totalmente apagada. O site Memória Globo, que documenta todas as tramas e personagens de todas as novelas exibidas pela emissora, descreve Zenilda e Vieira apenas como amigas e menciona que, às vezes, a contadora casualmente dormia na casa da dona do bordel.

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