Drag em Verão 90, ator torce por romance gay com personagem de Kayky Brito

Para Miguel Rômulo, interpretar a Sabrina de Verão 90 foi uma oportunidade de quebrar tabus e fazer valer seu trabalho como ator. E ele quer mais. A um mês do fim da novela, Rômulo torce para que sua personagem drag queen seja feliz no amor com Candé (Kayky Brito), de quem ficou muito próxima ao longo da trama. Ele torce para um final feliz dos dois.

"Eu acho que o desfecho mais bonito pra Sabrina seria um romance. Ela gosta dele, mas ainda não sabe o que é [esse sentimento]. Eu sou a favor sempre de um desfecho feliz. Acho que o amor existe de todas as formas, em todos os lugares, de todos os jeitos. [Um romance gay] Não seria um desfecho dos mais impressionantes, seria um desfecho comum. O amor existe. Se vier, vai ser muito positivo", afirma o ator de 27 anos.

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Atá agora, as autoras Izabel de Oliveira e Paula Amaral só deram indícios de que há alguma coisa além de uma amizade entre Sabrina e Candé. Foi ela quem ensinou o rapaz a dançar e a se tornar um gogo boy de sucesso. Ela também foi a única amiga que o visitou na cadeia. A partir daí, os dois não se desgrudaram mais.

"É uma relação muito legal, porque no início da novela o Candé era um personagem com muitas coisas negativas, muitas características machistas, até homofóbicas. Mas através da arte ele se desperta. Mostra sensibilidade, entende o próximo. Acho que a magia do personagem vai se despertar e todo mundo vai gostar", promete.

Rômulo entrou na novela na metade, em abril. Sabrina surgiu como a drag queen que comanda os shows da Galeria Sibéria, espaço onde Candé, Patrick (Klebber Toledo) e João (Rafael Vitti) começaram a se apresentar como gogo boys.

divulgação/TV globo

O ator Miguel Rômulo caracterizado como Sabrina, sua personagem drag queen em Verão 90

Esse é o primeiro personagem da cena LGBTQ+ da carreira de Rômulo na TV, e ele conta que se sentiu "no ápice" na primeira vez em que se viu caracterizado como Sabrina. Até hoje o ator se diverte com a maquiagem e as roupas de drag, mas admite que não gosta muito de um dos acessórios.

"Acho salto alto uma coisa muito bonita, mas ao mesmo tempo... Dói, né? É uma coisa incômoda. Acho até um instrumento de opressão machista. Mas a mulher é independente, se ela quiser usar salto pode, qualquer um tem que usar o que quer e se sente confortável. Mergulhar nesse universo mais feminino é muito legal. Senti uma conexão imediata com a Sabrina, senti que era uma hora muito positiva pra fazer essa personagem", explica o intérprete.

O ator não usou nenhuma drag queen famosa como referência e diz que o processo de criação da personagem foi de dentro pra fora. Rômulo se sente orgulhoso de poder representar na TV um homem gay dos anos 1990 que luta por seu direito de ser e se vestir como tem vontade.

"Eu tenho uma conexão com a comunidade LGBTQ+ muito boa. Sempre que tenho uma oportunidade de me manifestar positivamente, me manifesto. Mergulhei num universo muito legal em que pude me aprofundar mais. Sempre tive um carinho enorme [pelo trabalho das drags], mas hoje eu saio com respeito dobrado", afirma.

"Porque o movimento drag foi criado pra isso, pra criar, pra quebrar padrões, mostrar que o diferente é legal, tem que ser aceito. O preconceito não tem que existir, ninguém nasce preconceituoso. O movimento drag é feito pra lutar contra hipocrisia, contra preconceito, contra os valores retrogrados. Eu fico muito feliz [de viver essa personagem]", conclui Rômulo.

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