Império
Felipe Monteiro/TV Globo
Drica Moraes interpreta Cora em cena de Império; vilã lembra Perpétua (Joana Fomm), de Tieta (1989)
RAPHAEL SCIRE
Publicado em 8/8/2014 - 13h42
Atualizado em 10/8/2014 - 5h28
Com mais de 15 trabalhos no currículo é até natural que um novelista como Aguinaldo Silva repita tramas e perfis de personagens na novela que escreve atualmente e recorra a elementos já conhecidos de seu universo ficcional. Em Império, muita coisa que vemos hoje é reciclada de outras histórias do autor, com a diferença de que, desta vez, o folhetim traz uma linguagem mais moderna e ágil, sem perder o humor ácido e o tom farsesco com que Silva adora temperar suas tramas.
Confira cinco repetecos da novela das nove que já apareceram em tramas de Aguinaldo Silva:
José Wilker em Suave Veneno (1999) e Alexandre Nero em Império (Montagem/Divulgação)
Trama central
A espinha dorsal de Império lembra (e muito) a de Suave Veneno (1999), trama de Aguinaldo Silva dirigida por Daniel Filho e marcada por uma série de problemas, entre eles a falta de liga entre texto e direção. O próprio autor já deu diversas declarações dizendo que, se um dia tivesse oportunidade, gostaria de reescrever essa história que não deu certo.
E a chance veio agora. Tal qual na trama protagonizada por Valdomiro (José Wilker), o império e a família de José Alfredo (Alexandre Nero) são abalados com a chegada de uma filha bastarda que ele desconhecia. Até mesmo a trajetória do homem humilde que é ajudado pela mulher aristocrata falida é parecida. Em Suave Veneno, Leonor (Irene Ravache) é quem moldava o marido para a sociedade, papel que desta vez cabe a Maria Marta (Lilia Cabral), uma das melhores personagens da novela.
A diferença de agora é que Cristina (Leandra Leal) não carrega, pelo menos por enquanto, o ímpeto de vingança que movia as ações de Clarice (Patrícia França) em Suave Veneno.
Marcelo Serrado em Fina Estampa (2011) e Paulo Betti em Império (Montagem/Divulgação)
Gays caricatos
Embora tenham personalidades bastante diferentes, não há como não traçar um comparativo entre o Crô (Marcelo Serrado), de Fina Estampa (2011), com o Téo Pereira (Paulo Betti) de agora. O topete, o jeito afetado e os maneirismos são os mesmos. Está certo que Téo tem a língua bem mais ferina do que Crô, mas ambos descambam para a caricatura.
Joana Fomm em Tieta (1989) e Drica Moraes em Império (Montagem/Divulgação)
Vilã em nome de Deus
Na novela, já ficou claro que Cora é apegada a Deus, vive com um terço na mão e acendendo velas para tudo quanto é santo. Tal qual a Perpétua (Joana Fomm) de Tieta (1989), a vilã tem na força da religião, da moral e dos bons costumes a justificativa para cometer suas atrocidades. Para completar, também será revelado que a personagem é virgem depois dos 40 anos.
Carolina Dieckmann em Fina Estampa (2011) e Nanda Costa em Império (Montagem/Divulgação)
A periguete que busca o filho
Em Fina Estampa, Teodora (Carolina Dieckmann) fugiu com o amante e deixou o filho pequeno aos cuidados do ex, Quinzé (Malvino Salvador). Anos depois, volta para recuperar a guarda da criança. Lembra algo? Sim, Tuane (Nanda Costa) cumpre trajetória parecida e não vai parar de atazanar a vida de Elivaldo (Rafael Losso) até conseguir ter a guarda de Victor (Adriano Alves).
Dan Stulbach em Senhora do Destino (2004) e Joaquim Lopes em Império (Montagem/Divulgação)
Restaurante como cenário
Em Senhora do Destino (2004), Dan Stulbach vivia o chef Edgard Legrand, dono do bistrô Monsieur Vatel. Em Fina Estampa, René (Dalton Vigh) comandava o Brasileiríssimo. Desta vez, é Enrico (Joaquim Lopes) o responsável pelas panelas do restaurante que leva o seu nome. É bom lembrar que o próprio Aguinaldo também é dono de um restaurante em Lisboa e outro em Petrópolis (RJ).
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