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WALCYR X AGUINALDO

Com 'Nazaré Tedesco goiana', Terra e Paixão ressuscita guerra de medalhões da Globo

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Bryan Robert, o Danielzinho, chora no colo de Gloria Pires, a Irene, em cena de Terra e Paixão

Danielzinho (Bryan Robert) e Irene (Gloria Pires) em Terra e Paixão; vilã enlouquece no final

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 16/1/2024 - 21h54
Atualizado em 16/1/2024 - 22h16

Em uma espiral de loucura que se estenderá durante toda a última semana de Terra e Paixão, Irene (Gloria Pires) sequestrou Danielzinho (Bryan Robert) no capítulo desta terça (16). A sequência lembrou Nazaré Tedesco, vilã vivida por Renata Sorrah em Senhora do Destino (2004), que também roubou um bebê que acreditava ser seu neto na reta final da trama. A "homenagem" chamou a atenção pois Walcyr Carrasco, autor da atual novela das nove, é desafeto confesso de Aguinaldo Silva, responsável pela trama de 20 anos atrás.

Curiosamente, a guerra começou justamente por causa de histórias parecidas nos folhetins dos roteiristas. Contudo, para entender essa treta, é preciso voltar um pouco no tempo --mais especificamente, para 2011.

Em março daquele ano, Carrasco emplacou Morde & Assopra no horário das sete da Globo e fez sucesso com a história secundária de Guilherme (Klebber Toledo), ex-estudante de Medicina, vindo de uma família simples, mas que renegava as origens e humilhava a mãe, Dulce (Cassia Kis), para ficar bem diante da namorada, a riquinha e mimada Alice (Marina Ruy Barbosa).

Cinco meses depois, Silva estreou Fina Estampa, a história de uma mulher de origem simples, a batalhadora Griselda Pereirão (Lilia Cabral). Ela era mãe de Antenor (Caio Castro), estudante de Medicina que se envolvia com a mimada Patrícia (Adriana Birolli). Só que o rapaz morria de vergonha da mãe e a humilhava sempre que podia --ele chegou a contratar uma atriz, Mirna (Angela Vieira), para se passar por sua parente diante da namorada e da família dela.

A semelhança entre as histórias não passou despercebida pelo público e, como a trama de Griselda estreou depois, Aguinaldo Silva ficou com fama de plagiador. Contudo, o novelista não tem papas na língua e deixou claro que, se havia alguém copiando o outro ali, essa pessoa seria Walcyr Carrasco.

Silva disse que havia finalizado a sinopse de Fina Estampa um ano antes e que até comentara sobre história com o então amigo durante um jantar. Segundo o novelista desbocado, o autor de Morde & Assopra teria tempo suficiente para copiar sua ideia antes de entrar no ar. 

Carrasco, por sua vez, afirmou que não havia ideia original na dramaturgia e que tinha se inspirado em um filme [Imitação da Vida, de 1959] sobre uma jovem que rejeita a mãe negra.

Walcyr até tentou botar panos quentes na situação e repassou a culpa para a direção da Globo. "Nessa questão eu sou objetivo: eu entreguei minha sinopse e ele entregou a dele. A pessoa que estava lá [Manoel Martins, então diretor de Entretenimento], por algum motivo não falou das semelhanças. A minha novela estreou antes da dele. Mas, quando estava para estrear, eu fui procurado às pressas porque a dele tinha uma história parecida. Mas aí eu iria estrear a novela em duas semanas, não dava pra mudar", falou em uma live com a jornalista Márcia Piovesan em agosto de 2020.

"O Aguinaldo sabia que a Globo tinha que ter visto as semelhanças e antes, quando eu soube, fui jantar com ele. [Falei:] 'Está acontecendo isso, temos semelhanças. O que podemos fazer em termos de encaminhamento para ficarmos os mais diferentes possíveis?'. Combinamos várias ações naquele jantar pra tentar levar essas histórias pra caminhos diferentes. Mas, assim que eu estreei, o Aguinaldo começou a me acusar de plágio, o que não era verdade. E de onde seria o plágio se eu estreei antes?", continuou Carrasco no papo.

Alfinetadas e indiretas

Depois da briga em 2011, a relação entre os dois nunca mais foi a mesma. E Aguinaldo fazia questão de provocar o rival com indiretas e alfinetadas.

Em 2013, Walcyr ficou frustrado com Marina Ruy Barbosa por ter se recusado a raspar os cabelos quando sua personagem em Amor à Vida descobria ter câncer. Ele matou Nicole e deixou a ruiva como noiva fantasma até o fim da novela --ainda escalou Sophia Abrahão como sua substituta dramatúrgica.

A resposta de Aguinaldo? Apostou justamente em Marina, com quem nunca havia trabalhado, para um papel de destaque em Império (2014). A atriz roubou a cena como a "sweet child" Maria Ísis, provou que estava pronta para papéis mais adultos e foi elevada ao time de protagonistas da Globo.

Silva ainda deu outra alfinetada no rival na coletiva de lançamento da história do comendador. Afirmou, com todas as letras, que não colocaria dois homens trocando carícias em suas novelas: "Beijo gay, só lá em casa".

Meses antes, é claro, Carrasco tinha quebrado barreiras ao exibir um beijo entre Félix (Mateus Solano) e Niko (Thiago Fragoso) no último capítulo de sua história. A frase de efeito de Aguinaldo não se sustentou: Cláudio (José Mayer) e Leo (Klebber Toledo) deram um selinho durante a trama.

Anos depois, já à frente do fracasso O Sétimo Guardião (2018), Silva foi acusado de copiar Walcyr porque colocou a vilã Valentina (Lilia Cabral) para matar seus inimigos a tesouradas --algo que já havia ocorrido com Sophia (Marieta Severo) em O Outro Lado do Paraíso (2017).

O autor, mais uma vez, não segurou a língua: "Lembrem-se que a pioneira no uso da tesoura foi Nazaré Tedesco, em Senhora do Destino. Depois disso, ela teve várias seguidoras", escreveu ele no X (então chamado de Twitter).

Nem mesmo o fato de ter sido demitido da Globo fez Aguinaldo abaixar a bola. Em maio do ano passado, o escritor postou em sua rede social: "Quando é que a gente vai ver numa novela uma mulher trans empresária, superpoderosa, descendo num terraço da Faria Lima de helicóptero, botando pra quebrar nas reuniões de negócios... E protagonista?".

A provocação não tinha alvo explícito, mas coincidiu com uma aparição de Luana Shine (Valéria Barcellos) em Terra e Paixão. Tanto a personagem quanto sua intérprete são transgêneros, mas a primeira passa longe da Faria Lima --ela é a gerente do bar Naitendei, na fictícia Nova Primavera.


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