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CHAMPAGNE

Censura vetou suicídio, advogado ladrão e até gravidez em novela da Globo

Nelson Di Rago/TV Globo

Mauro Mendonça com expressão séria em cena como Jurandir na novela Champagne (1983)

Mauro Mendonça como Jurandir na novela Champagne (1983); autor teve problema com censura

DÉBORA LIMA

debora@noticiasdatv.com

Publicado em 4/5/2023 - 6h20

Há 39 anos, Champagne (1983) chegava ao fim na faixa das oito da Globo depois de ter enfrentado vetos da Censura Federal. O autor Cassiano Gabus Mendes (1929-1993) precisou mudar o rumo dos personagens e deixou clara a sua indignação. "Eles não querem que se mexa com a realidade, com o que vemos diariamente por ai", reclamou o dramaturgo em entrevista na época.

A trama principal girava em torno do mistério de um assassinato ocorrido em 1970, quando a empregada Zaíra (Suzane Carvalho) fora encontrada morta durante uma festa. Principal suspeito, Gastão (Sebastião Vasconcelos) fugiu do Rio de Janeiro com medo de ser preso por um crime que não tinha cometido.

Após 13 anos, ele decidiu voltar para tentar provar sua inocência. Com a ajuda do filho, Nil (Tony Ramos), o protagonista solicitou a reabertura do processo.

O retorno de Gastão provocou o reencontro de seis amigos que não se viam desde o assassinato. Zé Brandão (Jorge Dória), Ralph (Cláudio Corrêa e Castro), Jurandir (Mauro Mendonça), Ronaldo (Carlos Augusto Strazzer), Renan (Nuno Leal Maia) e Lúcio (Cecil Thiré) retomaram o contato após a inauguração do bar Champagne e tiveram de lidar com as consequências das investigações do crime.

O problema é que o folhetim sofreu com os cortes da Censura, dificultando o trabalho de Cassiano de escrever a história como havia idealizado. Até mesmo diálogos sobre a gravidez de Verônica (Maria Isabel de Lizandra) foram cortados.

Já o personagem João Maria (Antonio Fagundes) foi um dos principais alvos dos censores. O advogado falido se uniu a Antônia Regina (Irene Ravache) e começou a roubar joias e objetos de valor para manter o status da família, já que não tinha dinheiro nem para pagar o condomínio do apartamento em que morava com a mãe, Ana Luísa (Henriqueta Brieba).

A Censura implicou com a trama do advogado ladrão, e o autor acabou mudando aos poucos o perfil do personagem. João Maria deixou de cometer os pequenos furtos para cuidar do caso processual de Gastão. O triângulo amoroso dele com as irmãs Antônia Regina e Bárbara (Carla Camuratti) também ganhou mais destaque.

Até a revelação de quem matou Zaíra acabou afetada pelos cortes do departamento do Governo Federal. Nil se lembrou do que viu no dia da morte da empregada e acusou Jurandir pelo crime.

Sem saída, Jurandir confessou no último capítulo que matou a copeira asfixiada por uma paixão doentia não correspondida. O assassino cometeu suicídio após ser desmascarado, mas a cena da morte dele não chegou a ser exibida por imposição da Censura Federal.


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