Diretor pregava peças em atores para melhorar atuação em novela da Globo

Há exatos 40 anos, chegava ao fim Elas por Elas (1982) na faixa das 19h da Globo. A novela de Cassiano Gabus Mendes (1929-1993) contava a história de sete amigas que se reencontravam depois de 20 anos. Diretor da trama, Wolf Maya desenvolveu uma técnica inusitada para melhorar o desempenho dos atores em cena.

O profissional da Globo pregava peças nos artista durante as gravações e aproveitava o susto e a solução que eles encontravam para seguir a cena sem interrompê-la para gerar mais espontaneidade.

Segundo o site Memória Globo, Maya em determinada ocasião deixou de propósito uma cadeira bamba no cenário. A intenção era que Luis Gustavo (1934-2021), intérprete do detetive Mário Fofoca, acreditasse que estava prestes a cair no momento em que se sentasse.

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Márcia na novela, Eva Wilma (1933-2021) também revelou que várias de suas cenas com Luis Gustavo eram improvisadas. Dessa forma, o diretor conseguia explorar ao máximo a comédia na trama.

Previsto para morrer no início da novela, Mário Fofoca conquistou o público e mudou os planos do autor. Por conta do sucesso, o detetive atrapalhado teve ainda mais destaque na história e ganhou até uma série na Globo. O personagem ainda estrelou o filme As Aventuras de Mário Fofoca (1982).

Elas por Elas girava em torno da trajetória de sete mulheres: Márcia, Helena (Aracy Balabanian), Adriana (Ester Góes), Wanda (Sandra Bréa), Carmem (Maria Helena Dias), Marlene (Mila Moreira) e Natália (Joana Fomm). Elas tinham estudado na mesma escola e não se viam havia duas décadas.

Até que Márcia decidiu procurar pelas antigas amigas e reuni-las em sua casa. Além de trazer memórias do passado, o reencontro acabou afetando a vida de cada uma delas no presente. A novela ocupou a faixa do Vale a Pena Ver de Novo entre fevereiro e julho de 1985.