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BENEDITO RUY BARBOSA

Autor reprovou escolha de atriz para protagonizar novela: 'Encheu o saco'

Nelson Di Rago/TV Globo

Lucélia Santos com roupa de época em foto preto e branco da novela Sinhá Moça (1986)

Lucélia Santos foi a protagonista de Sinhá Moça (1986), mas não teve aval do autor da novela

DÉBORA LIMA

debora@noticiasdatv.com

Publicado em 28/4/2023 - 6h20

Há 37 anos, a primeira versão de Sinhá Moça (1986) estreava na faixa das seis da Globo. A novela foi feita sob encomenda para repetir o sucesso de Escrava Isaura (1976) --e, por isso, a emissora escalou a própria Lucélia Santos como protagonista. Mas Benedito Ruy Barbosa não gostou da escolha e deixou claro que tinha outra atriz em mente para o papel. "Lucélia encheu o saco durante a novela", reclamou o autor.

De olho no mercado internacional, a emissora propôs que Lucélia Santos e Rubens de Falco (1931-2008) repetissem a parceria --já que a dupla havia agradado ao público como Isaura e Leôncio na novela de 1976.

Mas o dramaturgo torceu o nariz. "Na época, eu não queria fazer. Como também não queria trabalhar com o Rubens de Falco e a Lucélia Santos. Se pudesse, teria escolhido a Giulia Gam para a protagonista. Quando fiz o teste, falei: 'É ela'. Infelizmente, a Globo não deixou", contou Benedito em depoimento ao livro A Seguir, Cenas do Próximo Capítulo.

A Lucélia encheu o saco durante a novela. A certa altura, chegou a dizer que não serviria de escada para os outros. Quando os atores souberam disso, ficaram loucos. Todos me ligaram para reclamar.

Fábio Jr. também chegou a ser convidado para viver o protagonista Rodolfo, mas não conseguiu conciliar a novela com os compromissos musicais. O papel acabou nas mãos de Marcos Paulo (1951-2012).

Baseada no livro de Maria Dezonne Pacheco Fernandes (1910-1998), a história de amor entre Sinhá Moça (Lucélia) e Rodolfo (Paulo) se passava na pequena cidade de Araruna em 1886, dois anos antes da Lei Áurea. O cenário político era marcado pela rivalidade entre monarquistas e republicanos.

"Era uma história curta, que não rendia uma novela. Mas disse ao Boni [superintendente da Globo à época] para comprar os direitos que eu inventaria o resto. Se era para fazer uma novela que tratasse de escravidão, teria que ser algo bem feito. Me deram carta-branca. A autora Maria Dezonne Pacheco Fernandes ainda estava viva, mas não houve problemas", explicou Benedito ao livro Autores, Histórias da Teledramaturgia.

O autor fez várias alterações na história e criou muitos personagens, mas as mudanças não foram tão bem recebidas pelos leitores. "Dei ênfase à abolição da escravatura. No livro, era pano de fundo. Teve gente que reclamou, porque queria ler a história da televisão", revelou o escritor.


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