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BENEDITO RUY BARBOSA

Autor de Pantanal foi chamado às pressas para adaptar 1ª versão de Sinhá Moça

Nelson Di Rago/TV Globo

Lucélia Santos penteia o cabelo em cena de Sinhá Moça (1986)

Lucélia Santos viveu a protagonista da primeira versão de Sinhá Moça, exibida em 1986

DÉBORA LIMA

debora@noticiasdatv.com

Publicado em 11/9/2022 - 8h35

Autor de sucessos como Pantanal (1990), Cabocla (1979) e O Rei do Gado (1996), Benedito Ruy Barbosa foi convidado às pressas para escrever a primeira versão de Sinhá Moça (1986) para a faixa das 18h da Globo. A novela protagonizada por Lucélia Santos e Marcos Paulo (1951-2012) entra no catálogo do Globoplay nesta segunda (12).

Baseada no livro de Maria Dezonne Pacheco Fernandes (1910-1998), a história de amor entre Sinhá Moça (Lucélia) e Rodolfo (Paulo) se passa na pequena cidade de Araruna em 1886, dois anos antes da Lei Áurea. O cenário político era marcado pela rivalidade entre monarquistas e republicanos.

Herdeira do coronel Ferreira (Rubens de Falco), mais conhecido como barão de Araruna, a protagonista é ferrenha crítica dos pensamentos escravocratas do pai e defende os ideais abolicionistas. Em uma viagem de trem, ela conhece Rodolfo --por quem rapidamente se apaixona. 

O casal, então, se alia à luta pela libertação dos escravizados --para o desgosto do coronel Ferreira. Mas somente no capítulo 66 a jovem descobre o maior segredo do amado: sob a identidade de Irmão do Quilombo, Rodolfo invadia as senzalas de grandes fazendeiros no meio da madrugada e soltava os negros.

De acordo com o site Memória Globo, a ideia de transformar a obra da escritora paulista em um folhetim surgiu durante uma reunião sobre qual trama seria produzida para a faixa das seis.

Benedito Ruy Barbosa acabou recebendo a missão de adaptar a história em cima da hora. O autor usou o livro como inspiração, mas admitiu que não se manteve muito fiel à narrativa original por discordar de alguns pontos.

A escalação de elenco para a novela também foi um grande acerto por parte da emissora. Lucélia Santos e Rubens de Falco (1931-2008) já haviam feito muito sucesso em Escrava Isaura (1976) e chamado a atenção do público até internacionalmente.

Por conta dos atores e também pela temática parecida, 50 países demonstraram interesse em comprar o folhetim antes mesmo da estreia. A história foi exibida em mais de 60 países, sendo reprisada três vezes na França e duas na Bélgica, Espanha, Itália e Suíça.

Reprise e remake

A primeira versão de Sinhá Moça ocupou o Vale a Pena Ver de Novo entre 15 de março e 2 de julho de 1993. Enquanto a exibição original da novela ficou no ar durante quase sete meses, a reapresentação condensou os 172 capítulos em menos de quatro meses.

A história ganhou em 2006 um remake na Globo, protagonizado por Débora Falabella e Danton Mello. Filhas de Benedito Ruy Barbosa, Edmara e Edilene Barbosa ficaram responsáveis pela atualização do texto.

Uma curiosidade é que Milton Gonçalves (1933-2022) viveu o mesmo personagem nas duas versões do folhetim: o Pai José, que morreu no tronco após ser castigado com chibatadas por conta da luta abolicionista. Já Patricia Pillar, que interpretou Ana do Véu em 1986, apareceu no remake como Cândida, mãe da protagonista.


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