Ator rompe com clichê racista em Além da Ilusão: 'Nunca tive pai na ficção'

Bento mal chegou à segunda fase de Além da Ilusão e já fez valer a sua voz contra o preconceito. Matheus Dias avalia que a luta do escritor está por toda parte, até mesmo nos detalhes. Afinal, o namorado de Letícia (Larissa Nunes) rompe com uma série de clichês racistas que se arrastam há anos na teledramaturgia --e que o próprio ator sentiu na pele em outros trabalhos.

Em entrevista ao Notícias da TV, o galã aponta que a relação do rapaz com Abílio (Luciano Quirino) representa uma mudança crucial em relação a papéis anteriores:

Nunca tive um pai [na ficção]. Às vezes, a gente não tem nem família, está ali só para compor. Agora, eu tenho tudo. O Abílio perdeu a mulher muito cedo, criou esse filho sozinho, passou valores importantes como a lealdade, a honestidade, o amor pelas palavras e pela leitura. 

O operário não teve a oportunidade de estudar, mas não poupou esforços para que o herdeiro só precisasse se preocupar com os estudos. "Eles têm uma relação muito bonita, espero que as pessoas em casa se identifiquem", acrescenta Dias.

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A paixão pelas Letras é um traço fundamental para Bento, que se revoltou ao ter um de seus contos rejeitado por um editor por puro e simples racismo. Ele só será reconhecido pelo seu talento graças a Lorenzo (Guilherme Prates), que gastará as economias para obrigar o jornal a publicar o texto --e com uma foto do amigo em destaque.

O intérprete espera que a história sirva como um espelho para tantos meninos que, como ele próprio e o personagem, querem seguir um caminho pela arte. "As novelas vão se moldando e mostram, aos poucos, que a gente pode, sim, ter uma família, ser escritor e ter um amor de verdade", pontua.

Dias se refere a Letícia, que é a única pessoa capaz de colocar Bento e Lorenzo em lados diametralmente opostos. Eles são perdidamente apaixonados pela professora, ainda que o literato saia em vantagem:

Esse sentimento é uma questão entre eles, mas o valor dessa amizade vai se tornar cada vez mais forte dentro da história. Eu acho importante a novela trazer esses temas para a galera mais jovem, porque são assuntos que já se falavam em 1940 e mais ainda agora.

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