Aspirante a cantora, Isabel Fillardis sofre baque social em Amor Perfeito

Após 12 anos, Isabel Fillardis está de volta à dramaturgia da Globo --e já tem de carregar um baita peso. Ela vive Aparecida, a "mãezona" de Amor Perfeito; uma figura que precisa exalar amor e acolhimento. Afinal, a personagem ampara desde Marcelino (Levi Asaf), que foi abandonado ainda bebê numa irmandade de padres, até Justino (João Fernandes), filho de um casal de amigos que morreu muito cedo. Para aliviar tanta responsabilidade, a mulher tem uma paixão: a música.

Mas essa faceta não será abordada logo de cara. Ela vai cantarolar aqui e ali, enquanto cozinha ou mexe nas plantas, de forma crescente durante a novela. O marido, Antônio (Alan Rocha), perceberá seu talento e a instigará a seguir carreira. Mas a mulher, sempre ocupada com a queijaria de Anselmo Evaristo (Paulo Betti), não dará muita atenção ao conselho. Isso até que a família sofra um baque social --em circunstâncias que a atriz prefere fazer mistério.

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"Eu acho que a Aparecida, por exemplo, pode ter aprendido a cantar de tanto querer um rádio. Ou de ouvir o canto dos pássaros. Enfim, eu estou criando essa simbologias para ela ainda. A música vai entrar de uma forma muito genuína nela, até a hora que... Eu posso falar? Não!", desconversa ela.

Mas esse não será o principal conflito da mulher. Apesar de ser o pilar de sua família e de formar o "casal xodó" da novela", a personagem guarda um segredo:

Ela tem uma filha já grandinha [Sônia, interpretada por Bárbara Sut], que vai sofrer várias questões familiares. Ela tem um bebê, perde um bebê.. Aí a Aparecida já tem um desafio muito grande, que é acolher essa filha numa década em que a mulher era extremamente atacada nesse sentido [a novela é ambientada na década de 1940]. Sendo uma mulher preta naquele lugar; não contando para o marido...

A própria atriz ainda não sabe como essa história vai ser desenvolvida, mas supõe que isso afetará o casamento feliz de sua personagem. A profissão dela também sofrerá modificações no decorrer da novela. Em algum momento, a personagem largará a queijaria de Anselmo --que trata como se fosse dela-- e vai se virar do avesso. "Ela terá uma ascensão social", se limita a dizer.

Outro desdobramento que Isabel acompanha de perto é a conexão entre a mulher e Marcelino. Carente de amor materno, o menino inveja a relação da empreendedora com Manoel (Ygor Marçal), o melhor amigo dele. Mas, antes de sua relação com Marê (Camila Queiroz) vir à tona, é justamente em Aparecida que a criança busca acolhimento. "O primeiro colo feminino que o Marcelino recebe depois de ter sido colocado na porta da Irmandade é o colo de Aparecida. E ela vai ter uma relação com ele", descreve a atriz.

A artista foi parar na novela por influência de Elísio Lopes Jr., que escreve a trama ao lado de Duca Rachid e Júlio Fischer. Ela também já acompanhava o trabalho de Duca, de quem se declara "admiradora".

"É um prazer estar de volta [à Globo]. Nesses 12 anos, eu aprendi muita coisa, me refiz de diversas formas. No teatro, fazendo tanta coisa... Encontrei Elísio nessa minha jornada, e a gente construiu e vem construindo uma história de admiração e amor pela arte. Estou feliz com essa novela e pelas camadas que a personagem vai trazer", afirma.

Criada por Duca Rachid e Júlio Fischer, e escrita também com Elísio Lopes Jr., Amor Perfeito conta a história de Marcelino (Levi Asaf), menino abandonado numa irmandade de padres quando ainda era bebê. 

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