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SEM-TERRA

Arrependido? Autor de O Rei do Gado até perdeu a fala com perrengue na novela

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Benedito Ruy Barbosa em evento de lançamento de Velho Chico (2016), com expressão séria, microfone em frente à boca

Benedito Ruy Barbosa, autor de O Rei do Gado (1996), em evento de lançamento de Velho Chico (2016)

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 18/5/2023 - 6h15

Benedito Ruy Barbosa sabia que estava mexendo em um ponto delicado ao levar a questão da luta do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) à novela O Rei do Gado. No entanto, ele não imaginou o tamanho do perrengue que teria com este tema. O autor recebeu centenas de cartas com reclamações de latifundiários e até perdeu a fala ao ser questionado sobre o assunto.

O núcleo dos integrantes do MST, representado principalmente por Regino (Jackson Antunes), gerou críticas e até uma ameaça de morte que o autor recebeu em uma das cartas. O então diretor José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, também não gostou quando cenas de integrantes do MST começaram a aparecer na novela.

"Um dia, o Boni me ligou muito bravo porque eu coloquei os sem-terra na trama. Ele queria saber o porquê de não aparecer essa informação na sinopse", disse Benedito Ruy Barbosa em depoimento ao livro Biografia da Televisão Brasileira. O autor concordou em tratar a questão dos sem-terra com cautela e teve autorização para seguir com os personagens na novela.

Ainda assim, na reta final, Barbosa não estava feliz com a representação dos sem-terra na novela. Em entrevista ao Jornal do Brasil, ele declarou que não estava satisfeito com o enfoque a este assunto na trama. 

"Estou longe do desejado. É um assunto delicado. Recebo cerca de 100 cartas por mês, algumas de gente apoiando, contando casos. Mas a maioria é de latifundiários, que são contra", contou.

Barbosa ainda falou que sempre pensou em retratar a luta por terra de maneira pacífica e com responsabilidade. Mas ficou sem fala ao ser questionado, pelo repórter do Jornal do Brasil, se ele se arrependia de ter encarado o desafio de falar sobre reforma agrária no horário nobre.  

"Não chego a me arrepender", disse, após longo silêncio. "Mas é complexo demais falar disso numa novela. O tempo que tenho é pouco. Mas foi oportuno porque mexeu no assunto. Pelo menos consegui humanizar a figura dos sem-terra."

No final de O Rei do Gado, no entanto, o principal líder do movimento morrerá. Regino (Jackson Antunes) será assassinado brutalmente. O jagunço de um fazendeiro poderoso vai atirar nele e em seus dois aliados, Lupércio (Adenor de Souza) e Formiga (Cosme dos Santos).

Antes de morrer, contudo, ele realizará o sonho de Caxias (Carlos Vereza), que também foi assassinado e assentará um grupo de sem-terra pacificamente num terreno improdutivo. Jacira (Ana Beatriz Nogueira) assumirá o posto de líder do movimento e os guiará à reforma agrária.


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