Após censura, Globo exibe beijo lésbico de Vai na Fé no Encontro: 'Não é só um selinho'

Depois de censurar mais de um beijo gay ao longo de Vai na Fé, a Globo decidiu mostrar a cena de carinho no Encontro com Patrícia Poeta. Convidada para falar sobre o sucesso da novela e de sua personagem, Regiane Alves foi pega de surpresa com a exibição da sequência. "Olha lá o beijo, estamos mostrando!", ressaltou a apresentadora do matinal.

A intérprete de Clara na novela das sete da Globo apontou a importância de um casal homossexual ter essa visibilidade em um folhetim da TV aberta, que alcança centenas de milhões de pessoas. "Às vezes a gente tem essa questão de: 'Ah, é só um selinho'. Mas para elas é muita coisa, [é uma coisa] de você realmente ser incluída. E o beijo não ser uma questão, ser aceito da melhor forma possível."

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Regiane ressaltou que, apesar de a proximidade com Helena (Priscila Sztejnman) estar previsto desde a sinopse de Vai na Fé, ficou surpresa com a repercussão da história e com o sucesso da dupla entre o público.

"Eu realmente não esperava o tamanho da repercussão toda, que aconteceu nas redes sociais... Eu acho que é uma parte da nossa sociedade, é uma comunidade que quer ser vista, quer ser retratada como um relacionamento como qualquer outro, em que você vai criando laços, tem amor, tem carinho, tem afeto", especulou a artista de 44 anos.

"Como essa construção foi feita com muita delicadeza, eu e a Priscila no início tínhamos muito essa preocupação de como colocar. Porque sempre tem essa questão de duas mulheres juntas que vai para um lugar mais sexual, e não era esse o contexto, a gente queria falar sobre essa relação dessas duas mulheres, que era possível e também poderia ser aceita."

No início de Vai na Fé, a autora Rosane Svartman havia previsto que Helena seria uma mulher que faria Clara recuperar sua autoestima, e nada mais. "Desde o início eu sabia que [a Clara] seria essa mulher casada há anos, que vivia essa relação com um pouco de abuso, sem perceber que estava numa relação que tinha um abuso, que tinha passado por uma depressão pós-parto, que tinha uma relação meio de simbiose com esse filho, que perdeu um pouco a sua essência", lembrou Regiane. "E teria esse encontro com essa mulher que iria resgatar toda essa autoestima dela, mostraria esses caminhos pra ela, de que ela poderia ser essa mulher."

A artista ainda comparou o sucesso de Clara com o de Dóris, vilã que maltratava os avós em Mulheres Apaixonadas (2003). "Eu confesso que não esperava tanto. Na internet, brincam que eu sou a mãe delas (risos). Eu acho que realmente foi um trabalho grandioso para mim. Pensando na Dóris, de Mulheres Apaixonadas, que está sendo reprisada, já faz 20 anos que fiz esse papel. Acho que uma popularidade como essa é quase equivalente ao que eu passei lá. É muito gratificante."

"Eu e a Priscila fizemos o trabalho com todo o respeito, com a direção da novela, o texto da Rosane, realmente com muita desenvoltura, para ser aceito e quem sabe cada vez mais a gente respeitá-los e aceitá-los na nossa sociedade", finalizou a atriz no Encontro.

Vai na Fé será substituída por Fuzuê, de autoria de Gustavo Reiz, que está sendo gravada nos Estúdios Globo, no Rio de Janeiro, e estreia na próxima segunda (14). O folhetim contará com Giovana Cordeiro e Marina Ruy Barbosa nos papéis principais de mocinha e vilã, respectivamente.

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