Adriana Esteves faz vilã palhaça e safada: 'O segredo é dar asas à loucura'

Seis anos após interpretar Carminha em Avenida Brasil, Adriana Esteves faz uma vilã em uma novela do mesmo autor, João Emanuel Carneiro. Comparações pipocam aos montes, mas ela assegura que Laureta, de Segundo Sol, é a sua libertação: uma vilã palhaça, safada, sem máscara e que gosta de ser má. "O segredo é dar asas à minha loucura", diz.

Para Adriana, Carminha vive na memória de todos graças ao texto de seu criador. Portanto, Laureta poderá ser engraçada e ainda mais carismática. "Ele sabe o texto que vai botar na boca de cada personagem. Não tenho medo de comparação, porque não trabalho com medo e, sim, com coragem e criatividade", declara a atriz. 

Carneiro foi aclamado por Avenida Brasil, uma novela boa de ibope, repercussão e de vendas para o exterior. Diferentemente de Adriana, ele não quer comparações. Explica que Laureta é transgressora, tem uma conduta sexual maluca e não deve satisfação a ninguém.

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"Eu acho que a Carminha era uma pessoa essencialmente dissimulada, louca, quase psicopata. Fazia cena para todos à sua volta. Vivia como uma mãe de família tradicional. O que mais marca na Laureta é ser uma pessoa amoral, que gosta de afrontar. Ela é livre. Tem um pé na porta, ao contrário da outra", adianta o autor.

30 anos de carreira
Aos 48 anos, Adriana lembra que está fazendo 30 anos de carreira e revela que fazer uma novela de Carneiro justamente agora é uma ótima forma de comemorar.

"Avenida Brasil foi uma das coisas mais sensacionais da minha trajetória. O texto de Segundo Sol só reafirma o mestre que ele é para mim. João constrói a vilania proporcional à inteligência do vilão. Por isso, cria vilões muito inteligentes. O desafio para o ator é corresponder à tamanha inteligência do autor", fala a atriz.

Adriana diz que suas inspirações para fazer Laureta são suas amigas: imita o jeito de uma, a risada de outra, a peruagem, a carinha de safada e por aí vai. "Quanto mais louca, mais eu copio e vou fazendo meu mosaico. Eu tenho um grupo de amigas que são minha paixão. Temos essa grande brincadeira entre nós", revela.

joão cotta/tv Globo

Laureta (Adriana Esteves) e Karola (Deborah Secco) escondem segredo do passado na trama

Laureta tem um pé na comédia, passeia pela acidez, pelo sarcasmo, pois seu objetivo também é fazer as pessoas rirem em casa ao assistirem a Segundo Sol.

Cafetina sem pudor
A atriz afirma que parte da liberdade dessa vilã está também no fato de ela ser sem pudor tanto no quesito caráter quanto no sexual. Cafetina, ela terá rapazes e moças belos à sua volta o tempo todo. Logo de cara, Laureta virará a "professora" de Roberval (Fabrício Boliveira) no sexo e em golpes.

A vilã terminará a primeira fase da novela provando de seu próprio veneno, já que o aprendiz dará um chapéu nela. Ele fugirá da casa de uma mulher que os dois roubarão, levando todo o dinheiro e joias. As cenas vão ao ar no dia 23.

Mas, no geral, Laureta sempre ganha. Não dá ponto sem nó. Ela ajudará Karola (Deborah Secco) a se livrar de Luzia (Giovanna Antonelli), e exigirá um "mensalinho" para guardar os segredos da amiga mesmo após a passagem de 18 anos na história.

"É uma mulher com um passado misterioso. Ela tem suas dores, sofrimentos. É guerreira também. Mulher nunca é simples. É sempre algo complexo. Tem coisas que eu ainda vou descobrir também."

Desde a personagem memorável em Avenida Brasil, Adriana só fez uma novela, Babilônia, em 2015. Deborah Secco, aliás, revela que a sua vilã é inspirada em Carminha e faz questão de idolatrar a colega de trabalho. Além de comparsas na história, as vilãs escondem um segredo que só será revelado mais para a frente.