ORA POIS!
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Silvia Pfeifer ao lado de Pedro Carvalho em cena da novela Ouro Verde (2017), da emissora portuguesa TVI
Sem vínculo com a Globo e sem trabalhos atrativos em novelas ou séries da Record e do SBT, atores brasileiros têm protagonizado uma verdadeira invasão na televisão portuguesa. Marcello Antony, Carolina Kasting e Thiago Rodrigues, que já pertenceram ao primeiro escalão da emissora da família Marinho, foram para Portugal atrás de emprego e garantiram papéis em Valor da Vida, próxima novela da TVI, a maior rede aberta do país.
A presença de brasileiros em novelas portuguesas não é uma novidade, mas é um fenômeno recente. Foi no ano passado que o volume de atores estrangeiros nas produções lusitanas aumentou significativamente.
Na novela Ouro Verde, exibida entre janeiro e outubro de 2017 pela TVI, o elenco contava com Silvia Pfeifer, Úrsula Corona, Zezé Motta e Bruno Cabrerizo em papéis centrais. A Herdeira, atualmente no ar, conta com Vitor Hugo, que viveu personagens de destaque em novelas bíblicas da Record.
Em Valor da Vida, os brasileiros correspondem a 20% do elenco fixo da trama. A autora Maria João Costa, apelidada de "Glória Perez portuguesa", diz que faz questão de ter atores brasileiros em suas produções.
"Há muita ligação entre os dois povos. Os brasileiros participam das minhas tramas porque têm a ver com as histórias que conto. O fato de eu ter morado cinco anos no Brasil também influencia", afirma.
Três motivos justificam a invasão de atores brasileiros: 1) o enxugamento do casting fixo da Globo, que tem dispensado profissionais que foram protagonistas até recentemente; 2) o fato de os portugueses estarem familiarizados com os rostos e os sotaques dos brasileiros; e 3) uma recente onda de imigração de brasileiros em Portugal.
"A política de contratação de atores da Globo influenciou, pois agora está mais flexível. Antes, os artistas eram muito mais blindados. Outro fator é que as novelas brasileiras fazem muito sucesso por aqui, e o público reconhece e admira esses atores", analisa Maria João Costa.
DIVULGAÇÃO/SIC
Úrsula Corona e Diogo Morgado em cena da novela Sol de Inverno (2012), da emissora SIC
A atriz Úrsula Corona se diz a pioneira nessa invasão. Conta que chegou a recusar convites na Globo para se dedicar a produções portuguesas. Seu primeiro trabalho no país foi em 2012, na novela Sol de Inverno, da SIC.
"Não fui para Portugal por falta de oportunidade no Brasil. Eu estava cheia de trabalho. Tinha acabado de gravar O Astro (2011) e havia sido convidada para gravar Gabriela (2012). Aceitei porque tenho sede de aprender e queria sair do lugar comum. E na Europa é tudo mais perto. É rápido ir de um país para o outro, as coisas são mais fáceis", avalia.
O último trabalho de Úrsula na Globo foi em Totalmente Demais (2015-2016), novela responsável por reerguer a audiência da faixa das 19h, e ela encara com positividade o fato de não ter vínculo com a emissora.
"A Globo é maravilhosa, eu comecei minha carreira lá, mas não existe só a Globo. Tem gente que quer ser famoso e tem gente que quer ser artista. Eu gosto de ser artista. Acho que muita gente tem ido pra Portugal também em busca de mais qualidade de vida. Esse êxodo de brasileiros é muito bom porque mostra que temos o mercado do mundo inteiro à disposição, basta ter coragem para explorar", finaliza.
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