ANÁLISE
FOTOS: REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Zé Paulino (Sergio Guizé) e Candoca (Isadora Cruz) na cena da volta do vivo-morto da novela
Foram 11 anos em três semanas: Mar do Sertão imprimiu ritmo acelerado, sem mostrar detalhes que devem ser explicados mais para frente, como a riqueza do mocinho. Seu principal ingrediente é o amor de Candoca (Isadora Cruz) e Zé Paulino/José Mendes (Sergio Guizé), além de a novela das seis da Globo ser extremamente popular. Entre seus trunfos estão a trilha sonora que faz um resgate afetivo, a farra com personagens caricatos e vilões recheados de preconceitos --vomitando barbaridades sem qualquer constrangimento.
O que se viu nos 18 primeiros capítulos do folhetim de Mario Teixeira é um agreste bem descompensado --com ricos tirando "o couro" dos pobres sem nenhuma sutileza. O sotaque nordestino entra como um charme a mais na história, lembra sucessos da teledramaturgia como Tieta (1989).
O autor usa e abusa de ditados populares e da leveza e inocência na maior parte dos diálogos. Teixeira também não está com medo dos clichês --o lugar-comum nas novelas serve como uma espécie de gatilho para cenas que fazem parte da memória coletiva dos noveleiros.
A audiência já dá respostas de que Mar do Sertão tem tudo para ser um sucesso. A trama tem bons números de ibope e tem sido elogiada pelos críticos vorazes das redes sociais.
A novela sai da zona de conforto da emissora, que estava acostumada em apostar mais nos folhetins de época para a faixa das 18h. No entanto, a contemporânea saga nordestina também mostra um universo que parece de outro tempo para grande parte do público que vive nos centros urbanos, bem distante da realidade das pequenas cidades do interiorzão do país.
As família do ex-prefeito Saba Bodó (Welder Rodrigues) e de Timbó (Enrique Diaz) são exemplos da diversidade de tipos que compõe a produção. Estão em campo os emergentes deslumbrados e sem escrúpulos e os pobres que riem da própria desgraça.
Por enquanto, ainda não dá para compreender o caminho que a novela tomará ao descortinar seus segredos logo de cara. A versão vingativa de Zé Paulino, o José Mendes, não se guardou para fazer uma entrada triunfal como aconteceu com Clara (Bianca Bin) em O Outro Lado do Paraíso (2017).
Aliás, a cena em que ele foi desmascarado pela influenciadora venenosa da cidade, Cira (Suzy Lopes), foi inverossímil, ainda mais com Candoca chegando em plena praça pública vestida de noiva --mesmo ela já sabendo que o ex-noivo está vivinho da silva e até tendo o beijado mais de uma vez.
Outra parte que completa o enredo cheio de camadas é a família de Tertulinho (Renato Góes). Debora Bloch interpreta uma matriarca mão de ferro, daquelas que está sempre pronta para manipular a todos. Sua personagem, Deodora, é a verdadeira vilã por trás do vilãozinho.
Já o marido de Candoca é um embuste, mas ele já até caiu nas graças do público justamente por ser um sujeito atrapalhado que acredita que sua obsessão pela mocinha é amor.
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Mar do Sertão: Resumo dos capítulos da novela da Globo - 17 a 18/3
Sexta, 17/3 (Capítulo 179)
Capítulo não divulgado pela emissora.
Sábado, 18/3
Reapresentação do último capítulo.
Os capítulos de Mar do Sertão são fornecidos pela Globo e estão sujeitos a alteração sem aviso prévio
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