Viviane Araújo vai dançar com salto em novela; atividade tem riscos

Parte da preparação de Viviane Araújo para o papel da manicure Naná em Império, próxima novela da Globo na faixa das 21h, inclui aulas de Stiletto Dance, modalidade na qual os dançarinos fazem coreografias usando saltos altos. Apesar do apelo glamuroso, a prática implica sérios riscos para a saúde.

A Stiletto nasceu nos Estados Unidos e ganhou força no Brasil graças a divas da música pop como Beyoncé, que aparece em seus clipes equilibrando-se em saltos altíssimos e finos.

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Na academia Vertical Fit, em São Paulo, que oferece a Stiletto, a aula dura uma hora. Ela começa com um aquecimento sem salto. Já com o acessório nos pés, as alunas aprendem técnicas de caminhada para só depois saracotearem ao som de músicas da já citada Beyoncé e da funkeira Anitta, entre outras.

As aprendizes começam a praticar a dança com saltos pequenos, de três centímetros. À medida que ganham confiança, passam para os maiores, chegando a dançar com saltos de sete a dez centímetros. Atividade aeróbica por excelência, a aula promete queimar cerca de 400 calorias (valor que varia de acordo com as características físicas da praticante e da intensidade do treino).

No entanto, o médico ortopedista Paulo Brasil, especialista em pé e tornozelo do Hospital Balbino, no Rio de Janeiro, afirma que a dança potencializa os já conhecidos males do salto alto.

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“Os saltos de até três centímetros são considerados benéficos para o corpo. Mais do que isso, começa a fazer mal”, diz o ortopedista.

De acordo com Brasil, a sobrecarga nas pontas dos pés pode causar dor, inflamação da planta do pé e sesamoidite (processo inflamatório de dois ossos que ficam embaixo do dedão). No ano passado, a apresentadora Xuxa foi diagnosticada com o problema. A má postura gerada pelo salto alto pode ainda levar a contratura muscular e essa, por sua vez, a dores na coluna.

Soma-se a isso o risco de fraturas e torções, já que o salto alto tende a deixar o pé instável. Outro ponto levantado pelo ortopedista é que o uso desse tipo de calçado sobrecarrega a panturrilha, músculo responsável por impulsionar o sangue do pé até o coração. Com o retorno venoso prejudicado, a circulação sanguínea fica deficitária e as pernas incham.

Brasil alerta que mesmo Vivi atuando como rainha de bateria de escola de samba e malhando com regularidade, seu corpo não está livre das consequências dos efeitos da dança sobre saltos altos.

Engana-se quem pensa que o formato do salto pode aliviar os efeitos negativos da prática (na Stiletto Dance, pode-se dançar com qualquer tipo). Segundo o ortopedista, a questão não é se o sapato tem salto fino, grosso ou plataforma e, sim, a altura.

Brasil declara que as pessoas vítimas frequentes de torções no tornozelo e aquelas com sabidos problemas circulatórios nem devem se aventurar na modalidade.

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