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Operadora corta caloteiros e TV paga tem queda histórica

Divulgação

O jogador Neymar em propaganda da operadora de TV por assinatura Claro, que teve queda 'gigante' - Divulgação

O jogador Neymar em propaganda da operadora de TV por assinatura Claro, que teve queda 'gigante'

DANIEL CASTRO

Publicado em 29/1/2015 - 16h50

A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) surpreendeu o mercado de TV por assinatura na tarde desta quinta (29). Divulgou balanço mostrando que, pela primeira vez desde maio de 2013, houve queda no número de clientes de TV paga no país. Segundo a agência, o país fechou 2014 abaixo da meta de 20 milhões de domicílios com o serviço. 

A retração foi provocada pela operadora Claro, do grupo mexicano Telmex, que perdeu 395 mil clientes em dezembro, aproximadamente 10% do total, uma queda considerada "gigantesca" pelo setor. A Claro informa que a queda de assinantes ocorreu porque a empresa decidiu cortar o sinal dos clientes inadimplentes.

Em 31 de dezembro, o país tinha 19.585.325 domicílios com TV por assinatura, 226.598 a menos do que em novembro (19.811.923), uma redução histórica de 1,14%. A Anatel não informa o número de assinantes por operadora, mas por grupo econômico. De acordo com a agência, a Telmex caiu de 10.501.486 assinantes em novembro para 10.182.354 em dezembro, uma redução de 319.132 residências com o serviço.

Os dados da Telmex incluem os da Net, maior operadora do país. A Net não teve queda em dezembro. Pelo contrário, fechou o mês em alta e liderou o crescimento do setor em 2014. Segundo o noticiário especializado em TV por assinatura Tela Viva, a Net conquistou 70 mil novos assinantes em dezembro e cresceu 12% em 2014.

O mercado de TV por assinatura vem em franco crescimento há mais de 10 anos. Nos últimos cinco, mais do que dobrou de tamanho. Em maio de 2013, no entanto, houve uma queda de 35,2 mil assinantes, ou 0,21% do total. Naquele mês, a queda não ocorreu por enfraquecimento do mercado. A Sky estava declarando 200 mil assinantes a mais do que realmente tinha e teve de fazer um ajuste em seu balanço, puxando o mercado para baixo.

A Claro e a Net se fundiram no final do ano passado, mas continuam vendendo assinaturas separadamente. A Net opera no cabo e a Claro, em DTH (via satélite). 

A queda da Claro não indica que o mercado de TV por assinatura está entrando em crise, mas traz alerta: o número de pessoas que não está conseguindo manter seus pacotes de TV paga, principalmente na classe C, alvo da operadora, pode estar crescendo.

O Brasil fechou 2014 com 8,6% domicílios a mais com TV por assinatura. O crescimento é bem inferior ao registrado entre 2010 e 2012, na casa dos 30%, mas é bastante satisfatório para um ano de estagnação econômica.

Considerando-se a média verificada pelo IBGE de que cada domicílio brasileiro tem 3,2 moradores, o país já tem 62,7 milhões de pessoas com acesso aos canais pagos. De cada 100 casas, 30 têm TV por assinatura.


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