CINEMA DE LUXO
DIVULGAÇÃO/PARAMOUNT PICTURES
Taron Egerton vive Elton John em Rocketman, que só entra em cartaz em maio: filme está na lista da Red Carpet
VINÍCIUS ANDRADE
Publicado em 23/4/2019 - 5h21
Já imaginou ter um cinema em casa? Dois empresários norte-americanos criaram uma empresa para viabilizar esse sonho. Mas, para ser cliente, é necessário ter um cartão de crédito com um limite de pelo menos US$ 50 mil (R$ 196, 4 mil). A ideia da "Netflix para milionários" é disponibilizar filmes para serem alugados no conforto do lar assim que eles entram em cartaz nos cinemas.
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O serviço custa caro. Após ser aceito como cliente, o interessado deve desembolsar US$ 15 mil (R$ 58,9 mil) apenas para comprar um dispositivo que se conecta com o sistema de home theater e que serve para proteção contra a pirataria. A instalação é feita pela própria empresa, a Red Carpet Home Cinema.
Além disso, para cada filme alugado, o assinante precisa gastar entre US$ 1,5 mil (R$ 5,9 mil) e US$ 3 mil (R$ 11,8 mil). Cada aluguel permite duas exibições em um prazo máximo de 36 horas --depois, o longa sai do sistema automaticamente.
Quem define os preços de cada produção são os estúdios de cinema. São cobrados valores mais altos para as megaproduções, como Shazam!, e taxas menores para longas de menor orçamento.
A Red Carpet, que disponibiliza cerca de 40 filmes por ano para aluguel, já tem contrato com empresas como Warner Bros., Paramount Pictures e Lionsgate. Para os próximos meses, essas distribuidoras terão estreias como Detetive Pikachu (9 de maio), um filme situado no popular universo de Pokémon, e a cinebiografia de Elton John, Rocketman (30 de maio).
Como comparação, o catálogo da Netflix "comum" nos Estados Unidos conta com 4.131 longas e 1.823 séries e o pacote básico custa US$ 8,99 (R$ 34,80).
Ainda operando em fase de testes, o streaming dos milionários está fazendo prospecção de novos clientes. O serviço, por enquanto, funciona em cerca de 25 domicílios de Los Angeles e Nova York desde dezembro. De acordo com a empresa, há um plano de expansão para outras "grandes cidades" em 2019.
A Red Carpet funciona como um tipo de clube privado. Para ser cliente, é necessário fazer um cadastro no site do streaming de luxo e aguardar um contato do "Concierge VIP", que explica todo o processo de candidatura, fala dos preços envolvidos na operação e informa sobre "detalhes adicionais".
A empresa foi fundada por dois sócios. Um deles é Fred Rosen, magnata que fez fortuna presidindo uma empresa de venda de ingressos, a Ticketmaster, entre 1982 e 1998. O outro é Dan Fellman, considerado um dos grandes experts em distribuição de filmes em Hollywood. Ele foi um dos cabeças da Warner Bros. de 1999 a 2015.
A intenção dos empresários é atrair um público restrito. "Sequer pensamos em 10 mil clientes", minimizou Rosen em uma entrevista para o jornal The New York Times. Segundo as projeções, a Netflix de luxo pode conseguir cerca de US$ 300 milhões (R$ 1,17 bilhão) por ano com apenas 4 mil assinantes.
Os sócios não se colocam como rivais dos cinemas ou das distribuidoras. Pelo contrário. "Acho muito tranquilo podermos conseguir mais parceiros para os estúdios. Nós oferecemos um nicho, eu sou velho [75 anos] demais para ser uma ameaça. Mas mesmo que um estúdio ganhe de US$ 25 milhões (R$ 98,2 milhões) a US$ 50 milhões (R$ 196,4 milhões) ao ano com a gente, é um presente", disse Rosen.
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