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PAULO DAUDT MARINHO

'Não vejo a TV morrendo', diz porta-voz da nova geração dos donos da Globo

Divulgação/Ju Coutinho

Paulo Marinho, neto de Roberto Marinho, dirige a Viu Hub, braço digital da programadora Globosat - Divulgação/Ju Coutinho

Paulo Marinho, neto de Roberto Marinho, dirige a Viu Hub, braço digital da programadora Globosat

DANIEL CASTRO

Publicado em 18/4/2018 - 5h50

Diretor dos canais infantis Gloob e Gloobinho e da Viu Hub, unidade de negócios digitais da Globosat, Paulo Daudt Marinho é o porta-voz da nova geração da família Marinho. Não que ele tenha esse cargo formalmente. Mas é o único dos netos de Roberto Marinho (1904-2003), fundador da Globo, que conversa com jornalistas.

Juntamente com Roberto Marinho Neto, o Robertinho, que comanda a área de esportes da Globo, Paulo Marinho está sendo preparado para assumir o maior grupo de comunicações do país quando seus pais e tios se aposentarem.

Marinho está à frente atualmente de uma área estratégica para o futuro do grupo. Pela Viu Hub, ele observa o rápido desenvolvimento das mídias digitais. Sem bala para concorrer em pé de igualdade com gigantes globais como Google e Facebook, desenvolve projetos que possam envolver essas plataformas e os canais da Globosat, trazendo novas fontes de receitas e cooptando talentos que não estão na TV, mas têm milhões de seguidores.

Na semana passada, Marinho anunciou, em parceria com o Rock in Rio e a Digital Stars, a criação de um festival de cultura digital. Em abril do ano que vem, o Like Fest pretende reunir as maiores estrelas do YouTube e do Instagram em um mega-evento no Anhembi, em São Paulo, transmitido ao vivo pelo Multishow.

Nesta quarta (18), a Viu Hub apresenta à imprensa sua primeira produção original, um canal de YouTube da instagrammer Thaynara OG.

Na entrevista a seguir, Marinho explica a estratégia da Globo com a Viu Hub e contraria os apóstolos do apocalipse: "Não vejo a TV morrendo", diz.

Notícias da TV - A sensação que eu tenho é a de que o grupo está dando apenas os primeiros passos em um projeto mais ambicioso. É isso mesmo?
Paulo Marinho - A dinâmica de mercado mudou, está mudando, está em transformação ainda, o consumidor mudou, está mais fragmentado, está consumindo conteúdo, notícias, o que for, de diferentes maneiras, em diferentes ambientes.

O que a gente vem buscando fazer obviamente é manter a relevância dos nossos negócios, digamos, mais tradicionais, ao mesmo tempo em que a gente está tateando e buscando diferentes modelos de negócios com outras iniciativas, como no caso da Viu Hub, desenvolvendo modelos junto a plataformas que a gente não controla, de terceiros, mas fazendo isso de uma maneira esperta, em um modelo de negócio sustentável ao longo do tempo.

A estratégia não é concorrer com Google, Facebook?
Na verdade, a gente concorre e muito. Televisão concorre diretamente com essas plataformas, jornal concorre diretamente com algumas dessas plataformas. Ao mesmo tempo, algumas delas têm modelos de parcerias, têm um modelo de negócio a apresentar e têm um grupo grande de consumidores ali.

Vamos desenvolver alguns modelos, nos desenvolver também, com novas formas de se produzir, novas formas de fazer gestão ou de trabalhar junto a talento. Eu diria que é um modelo mais descentralizado mesmo. Mas é um passo inicial ainda. Tem muita coisa de teste, erro e acerto. E a gente vai evoluindo em cima disso.

É difícil explicar a Viu, ela não é uma plataforma de exibição de conteúdo. Como você define a Viu?
Em uma frase, a Viu é uma unidade da Globosat para o desenvolvimento de projetos digitais, trabalhando com foco em plataforma de terceiros, de redes sociais, por exemplo, e com influenciadores. A dinâmica é o desenvolvimento de projetos digitais com talentos digitais em plataformas digitais.

O que é bacana é a forma como a gente está conseguindo integrar esses ambientes e a televisão. Além da proposta e da oferta de conteúdo, fazer isso também como uma oferta comercial interessante pro mercado, que vai ganhando tração, vai ganhando uma solidez desde que a Viu, há um e meio, começou a operar.

Como a TV por assinatura e a TV aberta vão sobreviver nessa nova conjuntura?
A gente passa por um momento que não deixa de ser desafiador, é óbvio... Acho que a gente tem o desafio de manter a relevância de manter os modelos mais tradicionais, um modelo altamente sustentável.

O desafio é como é que a gente convive com esse novo ambiente e como a gente constrói outros modelos que venham a somar com os modelos que a gente tradicionalmente já opera muito bem.

Não vejo nada morrendo, ninguém morrendo. Eu vejo o desafio de somar. Os negócios de TV por assinatura, de televisão aberta são ainda muito relevantes, continuarão sendo muito relevantes. Agora a gente quer somar outros modelos.

Nem os canais lineares estão ameaçados?
Tem um movimento de transição, acho que essas coisas vão se acomodar melhor. No Brasil ainda não avançou muito, mas no mercado americano mudou um pouco a dinâmica, estão caindo os pacotes parrudos, mais tradicionais.

Em contrapartida, os skinny bundle, os pacotes mais reduzidos vêm crescendo, você tem várias movimentações de ofertar os canais diretamente ao consumidor. Não vejo pay TV morrendo, [a TV] vai manter o negócio ainda superrelevante.

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