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Mara Luquet

Jornalista que trocou a Globo pelo YouTube escapa da crise e caça talentos

Divulgação

A jornalista Mara Luquet largou a Globo em 2017 para se dedicar a um canal de notícias no YouTube - Divulgação

A jornalista Mara Luquet largou a Globo em 2017 para se dedicar a um canal de notícias no YouTube

MÁRCIA PEREIRA

Publicado em 10/5/2019 - 6h18

Após um ano no ar, o canal de notícias liderado por Mara Luquet no YouTube está captando investidores e recebendo verba do Fundo de Inovação do Google porque é apresentado em vários países como referência. Especialista em economia, a jornalista diz que foi um acerto trocar a Globo por um novo modelo de jornalismo (e negócios). Enquanto a mídia tradicional enfrenta crise, Mara contrata.

"Sempre procurei novos desafios. É que, quando você trabalha na Globo, tem uma áurea de celebridade. Para mim, foi engraçado a repercussão que teve quando saí, porque eu sou jornalista raiz, não sou celebridade", conta ela, aos 53 anos.

Mara afirma que chegou a apresentar alguns projetos digitais à emissora, mas nada foi para frente. "Eu estava há dez anos fazendo as mesmas coisas, e o mundo acontecendo. A gente está vivendo um momento de transformações." 

Mara afirma que não ficou milionária, mas declara que ganha tão bem quanto na emissora líder de audiência. Como sócia do canal MyNews, ela tem pró-labore. A empresa tem seis fundadores, a maioria largou empregos no Grupo Globo. Além dela, Antonio Tabet está à frente do canal. Ele é um dos fundadores do Porta dos Fundos e era roteirista do Caldeirão do Huck.

O canal conta com um investidor principal, patrocínio e assinantes (membros) que recebem conteúdo exclusivo, bastidores, lives, etc. A assinatura custa R$ 7,90.

"Eu era PJ [pessoa jurídica] na Globo. Há muito tempo não tinha garantias trabalhistas. O diferencial agora é que eu tenho uma parte desse negócio, estou fazendo história e não tem dinheiro que pague isso. É um momento de investimento, mas não temos prejuízo. Nossa receita paga as contas e ainda sobra reserva para investir", diz.

Portas abertas

O canal está atrás de jornalistas experientes e jovens. Vai abrir escritório em Brasília e em Londres. Segue na contramão de veículos tradicionais, que estão demitindo e abrindo mão de produção de conteúdo. "A gente quer projetos de jornalistas para desenvolver. A gente sabe que tem jornalistas muito bons no mercado e a gente quer falar com essas pessoas. Nosso business é conteúdo." 

Mara diz que o atual cenário do mercado é de empoderamento do jornalista. "Os meios de produção foram para as mãos do jornalista. A gente conseguiu colocar um canal no ar, um bando de jornalista que não é rico nem nada, mas todo mundo é muito experiente. Com mais de 30, 40, 50 anos."

A empresa movimenta 40 pessoas entre colaboradores fixos e freelancers. "Agora, estamos conversando com investidores no Brasil e no exterior para dar um salto maior."

O canal chegou a 196 mil inscritos sem gastar um centavo com marketing.  O MyNews tem um jornal diário focado em economia e política, além de cinco programas semanais e passará a cobrir a área de games e esportes.

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