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ESTREIA

Porta dos Fundos ironiza youtubers e ri da própria desgraça em nova série

Fotos: Divulgação/Comedy Central

Karina Ramil, Antonio Tabet e Thati Lopes em cena do primeiro episódio de Borges

Karina Ramil, Antonio Tabet e Thati Lopes em cena do primeiro episódio de Borges

[Atenção: este texto contém spoilers]

Nova produção do Porta dos Fundos para a TV, a série Borges é completamente nonsense. Conta a história de quatro sócios de uma importadora falida que decidem abrir um canal de humor no YouTube para tentar salvar a empresa e tirar seus nomes da lama. O texto exagerado, porém divertido, é uma metralhadora de ironias e provocações, que não poupa os aspirantes a youtubers, religiosos e até mesmo os próprios integrantes do Porta. A série estreia na próxima terça no Comedy Central.

O Notícias da TV assistiu aos dois primeiros episódios. Assim como as demais produções do grupo, Borges tem um roteiro surreal: quatro funcionários de uma importadora são promovidos a sócios, mas descobrem que foram enganados pelo antigo patrão, o Borges (Luis Lobianco) do título, ao herdarem uma empresa falida, cheia de dívidas e processos trabalhistas.

Um dos incontáveis casos bizarros que se sucedem no interior da firma é filmado e publicado no YouTube. O vídeo viraliza, gera receita e eles percebem que produzir vídeos absurdos para a web é mais lucrativo que tentar ressuscitar a importadora.

"A grande piada é que nenhum deles quer ser influenciador digital, algo que a grande maioria das pessoas deseja atualmente. Eles se forçam a isso por total necessidade", explica Ian SBF, diretor da série e sócio do Porta dos Fundos.

Por mudarem completamente os rumos de suas carreiras, os novos sócios precisam se reinventar. Erasmo (Antonio Tabet), sem nenhuma aptidão criativa, cuida da área comercial; Pablo (Rafael Portugal) deixa o almoxarifado e se torna, a contragosto, o protagonista dos filmes; a estressada Rosana (Thati Lopes) vira chefe de produção; e Sonia (Karina Ramil), a mais criativa, cuida dos roteiros e direção dos vídeos.

"As pessoas acham que ter um canal e fazer vídeos é muito fácil, mas é muito mais difícil do que um trabalho convencional. A série exemplifica isso. Lembro de todas as noites que eu virei, passei três meses dormindo três horas por noite. E há pessoas que acham que, ao postar cinco fotos na Grécia, a coisa vai começar a acontecer e elas vão ficar famosas", critica Ian SBF. 

Os atores Rafael Portugal e Rodrigo Arruda em cena do episódio de estreia da série Borges

Rir de si mesmo
Nem todas as esquetes publicadas pelo Porta dos Fundos ao longo dos anos foram bem digeridas por parte da audiência, sobretudo as de cunho religioso.

Logo no primeiro ano de sua existência, o Porta dos Fundos foi processado pelo pastor e deputado federal Marco Feliciano, que se sentiu ofendido com o vídeo Oh, Meu Deus, publicado em agosto de 2013.

Na esquete, funcionários de uma clínica de ginecologia se emocionam ao ver a imagem de Jesus Cristo na vagina de uma paciente. O caso foi arquivado na Justiça.

"Se dependesse do [Fábio] Porchat, o Charlie Hebdo teria sido o Porta dos Fundos", diz Antonio Tabet, referindo-se ao atentado terrorista sofrido pelo jornal francês, em janeiro de 2015, que publicou sátiras sobre líderes islâmicos.

"Temos discussão de roteiros todas as semanas. Quando vem algum vídeo religioso, eu até me coloco mais nessa função de patrulhar porque não sou ateu", acrescenta.

No segundo episódio de Borges, os sócios entram num debate acalorado para aprovar ou não a publicação de um vídeo que ironiza uma religião fictícia. Não contentes com o material, contratam um xamã (que se revela charlatão) para lhes dar uma consultoria e, dessa forma, evitar novos processos.

"Tem uma preocupação muito maior nossa com a gente mesmo do que com fatores externos. Eu sempre fui o mais cagão. Antes eu falava: 'Não podemos fazer isso porque vai acabar a empresa'. E aí vai passando o tempo e você vê que não é bem assim. E quando dá merda, ok, não é nada demais", comenta Ian.

Mas nem só as desgraças da biografia do Porta são "homenageadas" em Borges. Uma particularidade de um membro do grupo, que não teve sua identidade revelada pelo elenco, também foi representada na história.

"Não vamos expor a pessoa, mas é alguém que tem uma fobia muito curiosa: ela não pode entrar em lugares onde não haja a possibilidade de defecar. Não que ela esteja com vontade. Mas se ela entrar num lugar em que não haja um banheiro próximo que possa usar, ela começa a passar mal", entrega Tabet.

No primeiro episódio, o personagem Pablo sofre para encontrar um banheiro em que possa fazer suas necessidades. O desfecho trágico dessa busca por um vaso sanitário é o que faz o grupo viralizar na web.

Spin-off
A série é a primeira produção de ficção do Porta dos Fundos para a TV após ter sido comprado pela Viacom, e já estreia com um spin-off na web.

Na TV, o público acompanhará ao longo de dez episódios a saga do quarteto para tentar salvar a importadora.

E no aplicativo do Comedy Central serão publicados semanalmente episódios curtos, de aproximadamente três minutos, mostrando onde está Borges, o dono da importadora que largou seus quatro funcionários na pior.


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