CRISE SEM FIM
Reprodução/SBT
Silvio Santos em seu programa no SBT; emissora terá que demitir para reduzir rombo em 2017
DANIEL CASTRO
Publicado em 31/10/2017 - 21h23
Atualizado em 1/11/2017 - 5h27
O SBT vai demitir na semana que vem cerca de 100 funcionários em um esforço para economizar aproximadamente R$ 12 milhões e compensar parte da queda de receitas com publicidade em um dos piores anos de sua história recente.
Incluindo outras ações, as reduções de despesas deverão atingir R$ 80 milhões até dezembro. As estimativas são de que a rede de Silvio Santos encerrará 2017 com um faturamento R$ 120 milhões menor do que no ano passado, quando arrecadou R$ 1,012 bilhão. Procurada via assessoria de imprensa, a rede não comentou.
Somadas às 15 vagas fechadas após o fim do programa Máquina da Fama, em agosto, será o maior corte de profissionais dos últimos anos, superando 2015, quando o SBT também demitiu 100 pessoas no mês de novembro.
Gestores de todas as áreas foram alertados nesta semana para se prepararem para reduzir suas equipes.
As demissões serão necessárias mesmo após um bem-sucedido trabalho para reduzir despesas com a adoção de novos métodos, matérias primas e fornecedores.
Um grupo chamado CIC (Corte Inteligente de Custos) tem localizado possibilidades de economia de recursos, como, por exemplo, o uso de papel higiênico e sabonete líquido de qualidade inferiores. O resultado foi um enxugamento até agora de R$ 50 milhões.
Todas as emissoras de TV sofrem desde 2014 com quedas sucessivas em suas receitas publicitárias. No ano passado, o faturamento do SBT retraiu 5%, e a emissora só não teve prejuízo graças a um truque contábil permitido pela legislação.
Até a Globo, que fatura dez vezes mais que o SBT, está tendo que fazer cortes. Há duas semanas, a emissora demitiu cerca de 40 profissionais da área de esportes. No ano passado, o lucro da Globo foi R$ 1,1 bilhão menor que o de 2015.
Neste ano, além das crises econômica e política que já vinha reduzindo os investimentos publicitários, SBT, Record e RedeTV! sofreram com um fator extra: entre abril e agosto, ficaram fora das principais operadoras de TV por assinatura na Grande São Paulo. Isso, se não afugentou anunciantes, não ajudou a atraí-los.
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