Em ano perdido, lucro do SBT despenca 91% (mas podia ser pior)

Dois mil e dezesseis foi um ano perdido para as maiores redes de TV do país. Depois da Record e da Globo, que registraram quedas acima de 5% em suas receitas, agora é a vez do SBT apresentar seu balanço oficial. O documento, obtido pelo Notícias da TV, revela que o lucro de Silvio Santos caiu 91% em relação a 2015.

O SBT fechou 2016 com um saldo positivo de R$ 6,6 milhões, contra R$ 76,1 milhões no ano anterior. Mas o resultado poderia ter sido pior. A emissora só teve lucro graças a um truque contábil, permitido pela legislação: lançou como receita R$ 11,225 milhões sob a rubrica "Imposto de Renda e contribuição social deferidos".

Em outras palavras, os contadores neutralizaram um valor provisionado para o pagamento de imposto, já lançado como despesa, mas não pago até 31 de dezembro. Assim, com os R$ 11,225 milhões positivos (como receita) zeraram os R$ 11,225 milhões negativos (como despesa). Sem esse artifício (legal, repita-se), o SBT teria tido um prejuízo de R$ 4,5 milhões.

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As receitas brutas da emissora de Silvio Santos caíram 5%. Foram de R$ 1,066 bilhão em 2015 para R$ 1,012 bilhão. O desempenho foi até melhor do que o da Record, que caiu 6,6% e faturou R$ 1,862 bilhão, e da Globo, que retraiu 8,2% e fechou o ano com uma receita bruta de R$ 10,248 bilhões. Mas custou a cabeça da diretoria comercial, demitida em janeiro deste ano.

A principal diferença do SBT para a Record e para a Globo é que as concorrentes tiveram lucros expressivos. A Record, graças à demissão de 2.000 funcionários, registrou seu maior lucro desde que foi comprada por Edir Macedo: R$ 227,3 milhões. A Globo lucrou R$ 1,954 bilhão _ou quase duas vezes todo o faturamento do SBT.

Além da queda com as vendas de publicidade, o SBT registrou aumento nos custos com operações e produção de novelas e programas. Esses gastos foram de R$ 764 milhões, 6,7% a mais do que em 2015.

O balanço do SBT refere-se apenas à emissora de São Paulo. Silvio Santos ainda tem estações em Brasília, Belém e Porto Alegre, que apresentam balanços separados, mas seus resultados não são muito relevantes.