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MORTE SÚBITA

Em guerra com emissoras, GfK demite 149 funcionários e encerra operação

XiXinXing/Thinkstock

Demissões no setor de medição de audiência da GfK apontam para fim do segmento - XiXinXing/Thinkstock

Demissões no setor de medição de audiência da GfK apontam para fim do segmento

DANIEL CASTRO

Publicado em 21/9/2017 - 16h05

Lançada em outubro de 2016 para acabar com o "monopólio" do Ibope, a operação de medição de audiência da GfK no Brasil foi oficialmente encerrada nesta quinta-feira (21), após a demissão de 149 funcionários.

Em comunicado distribuído a clientes no final da tarde, a GfK anunciou "com pesar" o encerramento de seu serviço. Justificou dizendo que se "deparou com um cenário que tornou insustentável a manutenção dos serviços de medição" de audiência de TV.

O "cenário insustentável" é uma guerra que vem travando com Record, SBT e RedeTV!, emissoras que em 2013 se comprometeram a investir US$ 100 milhões (R$ 314 milhões) nos primeiros anos de medição de audiência de TV no país.

Na última segunda-feira (18), a Record entrou com ação exigindo o pagamento de R$ 27.879.150 por não cumprimento de contrato por parte da GfK. No mesmo dia, o juiz Rogério Marrone de Castro Sampaio proferiu decisão dando três dias para o instituto alemão pagar a dívida.

Nos próximos dias, SBT e RedeTV! devem tomar a mesma atitude e processar a GfK, em ações que devem superar R$ 100 milhões, antecipou nesta quinta o colunista do UOL Ricardo Feltrin.

As três redes acusam o instituto alemão de não cumprir cláusulas contratuais. O lançamento do serviço atrasou um ano, e metas de qualidade não teriam sido cumpridas. A GfK não conseguiu, por exemplo, atingir o compromisso de ter 95% dos aparelhos medidores de audiência funcionando sem parar.

Os executivos das TVs também reclamam que o painel de medição da GfK não reproduz com exatidão o perfil socioeconômico da população brasileira.

Descontentes com o serviço da GfK, as três emissoras interromperam o pagamento de mensalidades à empresa há 18 meses. Dos mais de R$ 300 milhões que prometeram gastar, entregaram ao instituto cerca de R$ 40 milhões.

A notícia de que a GfK estava à beira da implosão foi publicada em primeira mão pelo Notícias da TV em 2 de agosto. Na ocasião, os leitores do site ficaram sabendo que estava péssimo o relacionamento entre os executivos das emissoras e da empresa alemã de pesquisa, controlada desde o início deste ano por um fundo de investimento norte-americano. 

Histórico
No final de 2013, Record, SBT e RedeTV! se uniram para apoiar o lançamento da GfK no país. Imaginavam que, finalmente, teriam uma alternativa ao tão criticado Ibope. 

O primeiro grande atrito na relação entre SBT, Record e RedeTV! e GfK ocorreu durante a implantação do painel de medição de audiência. A GfK deveria começar a entregar relatórios em maio de 2015, mas isso só aconteceu de fato um ano depois.

Desde então, o descontentamento das emissoras se concentra no não cumprimento de metas de qualidade. Nas últimas semanas, a comunicação entre as partes passou a ser feita exclusivamente via advogados.

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