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Denis Villeneuve

Diretor acusa Warner de traição após tática para recuperar prejuízo do HBO Max

Divulgação/Warner Bros.

Timothée Chalamet e Rebecca Ferguson encaram o deserto em cena de Duna

Timothée Chalamet e Rebecca Ferguson em Duna; filme será lançado em 2021

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 11/12/2020 - 9h56

Após Christopher Nolan e astros do porte de Will Smith e Margot Robbie, Denis Villeneuve também se declarou publicamente contra a decisão histórica da WarnerMedia de lançar todo o seu calendário de filmes de 2021 no cinema e no streaming simultaneamente. O diretor afirma que se sentiu traído com a manobra realizada pelo estúdio.

O cineasta de Duna, longa previsto para estrear em 2021, escreveu um texto publicado na revista Variety sobre o assunto. Na coluna, ele afirma que tomou conhecimento da estratégia no noticiário e que não foi sequer comunicado previamente de que o filme, que descreve como "de longe, o melhor de sua carreira", seria lançado no mesmo dia nos cinemas e no HBO Max.

"Com esta decisão, a AT&T sequestra um dos estúdios de cinema mais respeitáveis e importantes da história do cinema. Não há amor pelos filmes, muito pelos pelo público. É tudo pela sobrevivência de um mamute da telecomunicação, que atualmente lida com uma dívida astronômica de US$ 150 bilhões. Mesmo que Duna seja pelo cinema e pelo público, a AT&T é pela sua sobrevivência em Wall Street", declarou ele.

A insatisfação com a estratégia da WarnerMedia já gera conversas de um possível boicote ao estúdio. O DGA, Sindicato dos Diretores, está em reuniões sobre o assunto desde o último fim de semana, e outras associações, como a dos atores (SAG), também podem se envolver em breve.

Duna, cujo lançamento original seria no próximo 18 de dezembro, foi adiado para outubro de 2021 em virtude da pandemia, uma decisão que Villeneuve alega ter apoiado completamente. No entanto, o diretor demonstra preocupação com a experiência do público e com a arrecadação de seu filme.

"Serviços de streaming são uma adição positiva para a indústria. Mas eu preciso que o público entenda que o streaming sozinho não sustenta a indústria da forma como a conhecíamos antes da pandemia. O streaming produz ótimos conteúdos, mas não produz filmes na escala e no padrão de Duna", afirmou.

"A decisão da Warner Bros. significa que Duna não terá a chance de performar financeiramente de forma viável, e que a pirataria no fim vai vencer. A Warner Bros. pode já ter matado a franquia Duna."

Segundo o diretor, o filme que já está finalizado cobre apenas a primeira parte da história, e uma continuação é necessária uma vez que o universo da trama é, segundo ele, complexo e grandioso demais para um longa só. Além disso, a Legendary Television anunciou em 2019 que iria produzir uma série de TV derivada da produção, Duna: A Irmandade.

Encabeçado por Timothée Chalamet, Duna adapta o romance de ficção-científica homônimo de Frank Herbert, lançado em 1965, e acompanha a jornada do jovem Paul Atreides como líder de seu povo em uma luta pela sobrevivência em um planeta deserto. Jason Momoa, Zendaya, Oscar Isaac e Josh Brolin completam o elenco.

"Assim como eu tenho uma responsabilidade fiduciária e criativa a cumprir enquanto cineasta, a AT&T tem obrigação de agir de forma responsável e respeitosa, a fim de proteger este meio cultural vital", continuou o criador.

"O impacto econômico para os investidores não é o único aspecto da responsabilidade corporativa. Encontrar meios de valorizar a cultura é outro. A experiência cinematográfica é única. Naqueles espaços escuros, os filmes capturam nossa história, nos educam, alimentam nossa imaginação e inspiram nossos espíritos de forma coletiva. Eles são nosso legado", finalizou.

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