TECNOLOGIA E MERCADO
DIVULGAÇÃO/RECORD, TV GLOBO E BAND
Gênesis (Oscar Magrini), BBB21 (Tiago Leifert) e MasterChef (Ana Paula Padrão) são destaques
Após um ano em que sofreram com produções paralisadas e verbas congeladas, as principais emissoras de televisão do país esperam recuperar o tempo e os lucros perdidos agora em 2021. O Notícias da TV conversou com executivos da Globo, da Record e da Band para entender os projetos de cada uma das redes nos próximos meses.
A líder de audiência indica a entrega de publicidade personalizada como uma maneira de obter receita. Para isso, ela se utilizará do Globo ID, um banco de dados de brasileiros que já acessaram ao menos um dos produtos do Grupo Globo por login na web. A tecnologia tem atualmente o registro de 100 milhões de usuários.
"Compreender quais as características e demandas dos grupos que compõem as mais de 100 milhões de pessoas que acompanham nossas histórias todos os dias. Um ano para explorarmos todas as possibilidades do Globo ID, que já conta com uma base de cerca de 100 milhões de cadastros, para ampliar o conhecimento de nossa audiência multiplataforma e criar soluções publicitárias cada vez mais segmentadas e eficientes para o mercado", explica Manzar Feres, diretora de Comercialização da Globo.
Cris Moreira, diretor-geral Comercial do Grupo Bandeirantes, aponta que o mercado deve ter um crescimento de 12% em 2021 e que a Band acredita no retorno dos pequenos e médios anunciantes.
"As expectativas para a Band em 2021 são extremamente positivas, porque o mercado, como um todo, aponta um crescimento de 12%. Com a volta do pequeno e médio anunciante, vamos ver um crescimento interessante porque nós, como segundo maior grupo de comunicação do país, caímos menos do que o nosso meio. O ambiente, com certeza, será mais favorável", diz.
Walter Zagari, vice-presidente Comercial do Grupo Record, cita a estreia da novela Gênesis no próximo dia 19 como um indicativo de que a emissora não ficou estática. "O ano de 2020 foi de muita adaptação e de muito aprendizado. Para 2021, esperamos um período também aquém do normal, mas com toda a experiência adquirida, talvez menos traumático", indica.
"A prova de toda essa nossa confiança conquistada está no lançamento, agora em janeiro, do maior projeto da história da Record, talvez da televisão brasileira: a superprodução Gênesis. Uma novela com grandes investimentos, cenários espetaculares, locações nacionais e internacionais, efeitos visuais cinematográficos e mais de 300 profissionais envolvidos. Parte gravada antes da pandemia e parte gravada durante a pandemia, mas sempre amparada pelos protocolos de segurança", afirma Zagari.
DIVULGAÇÃO/RECORD, TV GLOBO e BAND
Walter Zagari (Record, à esq.), Manzar Feres (Globo) e Cris Moreira (Band)
Com a introdução da tecnologia DTV Play nos televisores fabricados a partir de 2021, a TV aberta digital terá uma tecnologia semelhante aos serviços de streaming e também será logada a uma rede. Basicamente, a programação estará em um aplicativo disponível no aparelho hiperconectado.
O DTV Play é a integração do broadcast (sinal emitido pelas redes de TV) com a broadband, a banda larga. O telespectador poderá interagir com o sinal da TV por meio da rede de internet, tornando a operação mais rápida e segura para as emissoras, que não perdem audiência com a migração para um site.
O governo federal publicou em julho uma portaria para determinar que, a partir de 2021, os televisores fabricados no Brasil tenham o DTV Play (perfil D do Ginga), recurso de interatividade do padrão de TV digital aberta brasileira. Segundo o Fórum do Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre, a expectativa é que 90% dos aparelhos contem com a tecnologia até 2023.
Esse novo sistema também vai modernizar a publicidade na TV, com anúncios que ficarão cada vez mais personalizados e possibilitarão a interação direta com o aparelho, pelo t-commerce, compra com o uso do controle remoto. Confira abaixo como funciona essa interação, que já foi apresentada no É de Casa, da Globo, no ano passado:
Este será o primeiro ano em que o sistema começará, de fato, a se tornar mais popular. "A mudança da legislação para 2021, com o perfil D do Ginga integrando os aparelhos televisores produzidos no Brasil, certamente abre uma janela de oportunidades ainda maior em se tratando de conectar broadcast e broadband", destaca Raymundo Barros, diretor de Tecnologia da Globo.
"Para esse projeto, especificamente, já estamos trabalhando em formas de ampliar o alcance, incluindo a TV por assinatura, além de um olhar que permita às marcas, por exemplo, vender produtos diferentes em regiões distintas do país", revela ele.
A Band também defende que "a tecnologia só vem para ajudar". "Os anunciantes estão participando de uma forma muito mais forte dentro de alguns conteúdos. Tenho hoje, no merchandising, uma área totalmente especializada olhando para esse fim, para que a gente crie novas fontes de receitas dentro dos conteúdos", diz Cris Moreira.
"Olhando para esse tipo de negócio, já nos preparamos há muito tempo. Toda a nossa programação está voltada para a interação do público, e o mercado anunciante participa da confecção destes conteúdos de entretenimento visando a experiência que é gerada para as marcas", explica o executivo da Band.
A Record enxerga no DTV Play uma forma de receita com a possibilidade de publicidade segmentada, mas não imediata. A emissora considera que boa parte da população brasileira não terá acesso a essa facilidade já em 2021, por depender da internet e da compra de um novo aparelho de TV.
"Por essa razão, entendo que ainda é cedo para tê-la como uma grande geradora de receita. Acredito, sim, que esse tipo de tecnologia é importante e teremos que nos adequar a ela, mas por enquanto a comercialização tradicional da TV permanecerá a responsável pela totalidade do faturamento apresentado pelo meio televisão", aponta Walter Zagari.
*A reportagem enviou as mesmas perguntas que foram feitas para os executivos da Globo, da Record e da Band para o SBT, mas a emissora não enviou as respostas até o fechamento deste texto.
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