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FESTIVAL EM SP

Com o dedo na ferida, mercado coloca diversidade real na roda para evoluir

REPRODUÇÃO/YOUTUBE

Montagem com Ana Hikari, Paulo Vieira e Paola Carosella

Ana Hikari, Paulo Vieira e Paola Carosella participarão de evento em São Paulo no fim de semana

Nos últimos anos, as pautas sobre diversidade conquistaram cada vez mais espaço dentro das empresas. Porém, com esse avanço, também vieram simplificações que limitam o debate. Por isso, a 10ª edição do Festival do Clube de Criação decidiu colocar o dedo na ferida e ampliar essas discussões com o objetivo de trazer evoluções reais para o mercado.

"Dentro das organizações, diversidade acabou virando uma commodity [produto básico], é mais algo a ser usado pela geração de lucro. Qual é o problema? Se torna tudo muito superficial. É muito fácil você chegar em qualquer espaço e falar uma série de obviedades, do tipo: Não seja racista porque racismo é ruim, homofobia é crime. Isso incomoda porque, para tratar o problema de verdade, você tem que ir na raiz dele", argumenta Gabriela Moura, vice-presidente do Clube de Criação, em entrevista ao Notícias da TV.

Fundado em 1975, o Clube de Criação é uma entidade sem fins lucrativos referência na cena publicitária nacional. Desde 2012, a organização realiza o Festival, que reúne os principais nomes da comunicação do Brasil e do mundo.

Nesta edição, que será realizada nos dias 22 e 23 de outubro em São Paulo, temas como povos originários, fome, sexualidade feminina e letramento racial serão debatidos por palestrantes nacionais e internacionais.

"O Festival é a chance de falar sobre o que incomoda para que essa conversa gere soluções que sejam realmente pertinentes, gerem empregos para minorias, atenção para temas tão cabulosos e doloridos. É ruim falar sobre o problema, não é cômodo. Mas se a gente não sair dessa zona de conforto, a gente não vai mudar nada", complementa Gabriela.

Nomes como Paulo Vieira, Paola Carosella, Bruno Luperi, KondZilla, o padre Júlio Lancellotti e Maria Gal estão confirmados nas mesas do evento. Do mercado internacional, também são aguardadas personalidades como o diretor Craig Barron, ganhador do Oscar de Efeitos Especiais pelo filme O Curioso Caso de Benjamin Button (2008), e a produtora executiva Kat Friis, vencedora do Emmy.

Falta de representatividade

Segundo uma pesquisa realizada pela Paramount, cerca de seis a cada dez entrevistados afirmam que pessoas como eles não estão suficientemente representadas na mídia. Mesmo com os avanços dos últimos anos, ainda existe um longo caminho pela frente para ampliar e manter essas conquistas.

"Existe um fenômeno, principalmente nos Estados Unidos, mas daqui a pouco chega aqui, que é o efeito George Floyd (1973-2020). Sabemos que existem assassinatos de jovens e mulheres negras no Brasil o tempo inteiro, mas vimos como as coisas começaram a mudar para as pessoas negras aqui depois da morte dele, infelizmente. Mas isso está acabando, não vemos mais as pautas avançando, vemos elas retrocedendo", expõe Joana Mendes, presidente do Clube de Criação.

A redatora, que é a primeira presidente negra da entidade, afirma que enxerga esses retrocessos na mídia e na sociedade. Assim, o evento se torna uma oportunidade para fomentar essas discussões. "E que a gente possa trazer um olhar mais crítico para o mercado publicitário brasileiro. Um olhar de mudança, porque a gente sabe que é importante criticar, mas também é importante mudar esse espaço", complementa.

A 10ª edição do Festival do Clube de Criação será realizada neste fim de semana no Memorial da América Latina, em São Paulo. Além dos encontros presenciais, o evento será transmitido pela internet. Os ingressos e a programação completa estão disponíveis neste link.


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