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Balanço Oficial

Com cortes e demissões, Record tem lucro pelo terceiro ano consecutivo

Edu Moraes/RecordTV

Marcos Mion consola Victor Coelho e Juju Salimeni, na última edição do Legendários - Edu Moraes/RecordTV

Marcos Mion consola Victor Coelho e Juju Salimeni, na última edição do Legendários

DANIEL CASTRO

Publicado em 8/3/2018 - 6h14

A Record de São Paulo fechou 2017 com um lucro líquido de R$ 75,4 milhões, o segundo melhor de sua história, de acordo com balanço oficial publicado ontem (7). Foi o terceiro ano consecutivo em que a emissora registrou resultado positivo desde que foi comprada por Edir Macedo, em 1989. Contraditoriamente, pelo terceiro ano seguido a emissora apresentou queda nas receitas com publicidade.

Como em 2015 e 2016, a Record só conseguiu fechar no azul devido a uma política administrativa austera, com demissões e cortes de despesas em geral. Desde 2015, foram eliminados mais de 1.000 postos de trabalho na emissora.

Apesar da manutenção da gestão rígida, com mais enxugamentos, a Record não conseguiu repetir em 2017 o bom resultado de 2016, quando registrou o maior lucro de sua história, R$ 227,3 milhões, porque não aumentou seu faturamento com publicidade. O resultado líquido do ano passado foi 67% inferior ao do exercício fiscal anterior.

Mesmo assim, os R$ 75,4 milhões são uma marca memorável. Historicamente, a "vocação" da emissora é o prejuízo _isso ocorreu quase todos anos nas últimas três décadas. O quadro mudou em 2015, quando a emissora adotou a política de "vacas magras"e conseguiu lucrar R$ 59,5 milhões, depois de um prejuízo de 99,4 milhões em 2014.

O balanço mostra que a Record conseguiu no ano passado reduzir ainda mais os gastos com pessoal, com demissões em programas como o de Gugu Liberato e Legendários, que foi extinto no final do ano, além da suspensão do segundo horário de novelas.

Em 31 de dezembro de 2017, a emissora tinha uma folha de pagamento de R$ 30 milhões _o valor não inclui os grandes salários, de artistas e profissionais contratados como pessoas jurídicas. Em 2016, essa conta era maior, de R$ 34,9 milhões.

A economia atingiu todos os setores. No total, as despesas operacionais foram de R$ 521 milhões, contra R$ 575 milhões em 2016. Ou seja, dois terços do lucro vieram do corte de gastos e empregos.

Isso amenizou o impacto da queda nas receitas com publicidade. A Record fechou 2017 com um faturamento de R$ 1,845 bilhão, uma retração de 0,9% sobre o R$ 1,862 bilhão de 2016.

O balanço chama a atenção ainda para dois pontos: a emissora continua praticando uma política de antecipação de receitas. Isso quer dizer que ela vende grandes pacotes a anunciantes poderosos e recebe o dinheiro (ou parte dele) antes de entregar a veiculação da publicidade.

Outro aspecto curioso é o alto custo de processos na Justiça. A emissora tem uma reserva de R$ 67 milhões para "riscos e discussões judiciais".

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