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ABTA 2014

Canal que oferece vídeo sob demanda eleva a própria audiência

Divulgação/AMC

Andrew Lincoln e Chandler Riggs em cena de The Walking Dead, série disponível em vídeo on demand - Divulgação/AMC

Andrew Lincoln e Chandler Riggs em cena de The Walking Dead, série disponível em vídeo on demand

EDIANEZ PARENTE

Publicado em 9/8/2014 - 15h41
Atualizado em 10/8/2014 - 13h20

Os assinantes de TV por assinatura assistem mais aos canais pagos que oferecem conteúdo em outras plataformas, como o video on demand (VOD). Para fidelizar o público, a Globosat e a Fox lançaram suas produções em VOD. Segundo os programadores, os programas mais vistos dos canais convencionais também são os mais assistidos em video on demand, principalmente no horário nobre.

Essas foram algumas das constatações apresentadas pelos profissionais dos canais de TV paga na feira ABTA 2014, que ocorreu na semana passada em São Paulo.

Alberto Pecegueiro, diretor-geral da Globosat, afirmou que o video on demand é dominado pelos chamados programas de prateleira, de arquivo, diferentemente dos canais lineares, que têm as atrações mais recentes.

A maior programadora nacional de canais de TV paga tem o Globosat Play, plataforma de VOD (em serviços como o Now) e também de TV Everywhere (em celulares e tablet somente para assinantes de operadoras).

O Globosat Play já tem 1,3 milhão de usuários cadastrados, segundo o diretor de mídias digitais da empresa, Gustavo Ramos. A plataforma também oferece vídeos gratuitos para quem não é assinante mas quer conhecer a programação, a chamada degustação. 

A Fox acaba de lançar sua plataforma de conteúdos sob demanda, o Fox Play, nos mesmos moldes: programas dos canais para os assinantes de operadoras, com acesso via login e senha, e alguns vídeos gratuitos de degustação. 

O Discovery tem alguns vídeos de programas nos seus sites, mas não há transmissão do sinal dos canais para assinantes na íntegra via internet. O diretor de desenvolvimento de novos negócios, Pitter Rodriguez, afimou que a programadora percebeu nas ofertas de VOD que tem (no Now, serviço de VOD da Net, por exemplo), que a maior procura dos clientes é por programas isolados e não por canais. O canal oferece conteúdo em 3D no Now, um diferencial em relação às concorrentes.

No Telecine Play, o assinante pode ver os canais na íntegra online ou apenas os filmes disponíveis. De acordo com Flavia Hecksher, diretora de marketing, 64% dos filmes assistidos nessa plataforma são sob demanda, ou seja, fora do canal linear, e 60% dos clientes assistem ao canal na íntegra online no horário nobre tradicional da TV (das 18h à meia-noite).

“Antes, fazíamos parte de uma indústria que olhava muito para a audiência no domicilio. Agora, olhamos para o indivíduo”, disse Flavia. A rede também possui o Telecine On, de venda de filmes, e o Premium VOD, em que o filme é lançado antes de chegar ao mercado de DVD, um intervalo mais curto após a saída do cinema.

Operadoras

Do lado da operadoras, todas correm para desenvolver soluções tecnológicas que facilitem o acesso e a compra de VOD. A Net levará o seu serviço Now à internet, tablets e celulares. A Vivo TV já tem VOD para a internet e celular. A Oi TV lançou o PPV (pay-per-view) de filmes no valor de  R$ 10 por título. A Claro TV tem o serviço de transmissão de filmes Clarovídeo, uma serviço similar ao oferecido pela Netflix.

Se o cliente já paga pela TV por assinatura, por que o serviço de VOD é cobrado à parte? Um dos motivos é a tributação. De acordo com cálculo do escritório de advocacia Cesnik Quintino & Salinas Advogados, os canais precisam pagar imposto específico tanto para colocar um filme no canal linear quanto para vender o mesmo título sob demanda.

Dessa forma, um longa-metragem paga de Concedine, tributo referente ao registro de uma obra na Ancine (Agência Nacional de Cinema), R$ 3.000,00. No caso de uma série, o valor é de R$ 750,00 por episódio.

Em uma conta rápida, se uma plataforma de VOD tiver 30 mil títulos para oferecer aos seus assinantes ao longo de um período de cinco anos, pagará de Condecine R$ 50 milhões. Ou seja, um valor ainda considerado alto pelos especialistas para um serviço que ainda está começando.


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