NOVO CAPÍTULO
Divulgação/Paramount Pictures
Anthony Ramos é o protagonista do novo Transformers: elo necessário com a humanidade
Transformers: O Despertar das Feras chega aos cinemas nesta quinta-feira (8) com uma difícil missão: reiniciar uma franquia que ficou marcada pelo excesso de explosões e pela escassez de emoção. O longa acerta em cheio ao corrigir os erros dos capítulos anteriores e prepara o terreno para um futuro promissor.
A premissa do novo Transformers é bastante simples: os Autobots (robôs que viram veículos) estão presos na Terra há séculos e buscam uma maneira de voltar para Cybertron, seu planeta natal. Mas a chave para abrir o portal também é procurada pelos Terrorcons (que se transformam em animais).
Dois humanos vão parar no meio dessa caça por acaso. O primeiro é o ex-militar Noah Diaz (Anthony Ramos), que tenta ajudar sua família a pagar as contas, mas tem dificuldade para conseguir emprego. Desesperado, ele aceita roubar um carro de luxo --sem fazer ideia de que o veículo é, na verdade, o robô Mirage (voz de Pete Davidson na versão original e Douglas Silva na dublada).
A segunda é Elena Wallace (Dominique Fishback), que trabalha em um museu em Nova York e sabe tudo sobre artefatos antigos. Acidentalmente, ela tem acesso à chave tão desejada por mocinhos e bandidos, e sua vida é colocada em risco no exato momento em que seu caminho cruza com o de Noah.
Os dois acabam se metendo em uma jornada que os leva até ruínas antigas no Peru, em momentos que lembram a saga Indiana Jones. Mas, claro, não demora para que sejam encontrados pelos Terrorcons e entrem de cabeça em uma disputa que ameaça não só sua sobrevivência, mas a própria existência da Terra --afinal, os vilões desejam abrir um portal para o terrível devorador de mundos Unicron, que quer fazer aperitivo do nosso planeta.
Um dos grandes problemas da saga Transformers era também o seu maior acerto. O diretor Michael Bay é conhecido por aproveitar qualquer cena para explodir tudo, criando sequências de ação majestosas, mas amarradas por um fiapo de roteiro. O público, ciente disso, ia ao cinema para se divertir com as lutas, sem se importar com o fato de a história não fazer nenhum sentido.
Sob a direção de Steven Caple Jr. (de Creed 2), Transformers: O Despertar das Feras tenta construir uma aventura que tenha coerência ao longo de suas mais de duas horas. Nem sempre funciona --a busca por um artefato que pode salvar o planeta já foi explorada à exaustão--, mas há de se reconhecer o esforço dos envolvidos.
O roteiro é assinado a dez mãos (Joby Harold, Darnell Metayer, Josh Peters, Erich Hoeber e Jon Hoeber são creditados), o que justifica algumas mudanças de tom ao longo da narrativa. Por vezes, há piadas demais, certos momentos ultrapassam os limites da pieguice --especialmente na relação de Noah com o irmão caçula, Kris (Dean Scott Vazquez)--, e a ação sem limites não dá tempo para que o público sinta o peso de algumas sequências dramáticas.
Porém, o sétimo filme da franquia também acerta na construção dos personagens. Noah e Elena trazem uma humanidade raramente vista nos longas anteriores, e até os robôs têm seus sentimentos trabalhados de maneira mais profunda. Optimus Prime, elo de ligação de todos os longas, mostra camadas que nunca havia explorado e prova que é muito mais do que um amontoado de lata que dispara ordens para todo lado.
Outro ponto alto de O Despertar das Feras é o fato de a trama ser situada em 1994. Impossível assistir ao filme sem se render à ambientação da época --seja na trilha sonora, seja nas referências disparadas na telona. Uma nostalgia que faz toda a diferença para o público que cresceu assistindo ao desenho oitentista dos Transformers ou à série animada Beast Wars (1996-1999), que serve de inspiração para a nova aventura.
Transformers: O Despertar das Feras estreia nesta quinta (8). Confira o trailer:
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