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CRÍTICA

O Urso do Pó Branco: Filme sobre fera drogada é entretenimento puro

Divulgação/Universal Pictures

Keri Russell em cena de O Urso do Pó Branco

Keri Russell em cena de O Urso do Pó Branco; longa estreia nos cinemas nesta quinta-feira (30)

ANDRÉ ZULIANI

andre@noticiasdatv.com

Publicado em 30/3/2023 - 6h30

O Urso do Pó Branco (2023) é um título que por si só já atiça a curiosidade do espectador. Amenizado no Brasil para não escancarar a trama insana, ele é apenas uma pincelada do filme caótico entregue pela diretora Elizabeth Banks (A Escolha Perfeita). Apesar da desconfiança gerada em alguns, o longa sobre uma fera drogada de cocaína é entretenimento puro.

Caso fosse um roteiro original criado por um escritor profissional, O Urso do Pó Branco seria uma obra comparada a alguns absurdos que fizeram sucesso na cultura pop, como a franquia Sharknado, séries de filmes sobre grandes tornados e tempestades que fazem chover --literalmente-- tubarões. O curioso é que a "lenda" sobre o urso drogado é inspirada em eventos reais.

Em meados dos anos 1980, um avião pertencente a um traficante dos Estados Unidos sofreu um acidente e caiu em uma floresta da Geórgia carregado com vários lotes de cocaínas. Como desgraça pouca é bobagem, uma grande quantidade da droga foi consumida por um urso de mais de 220 quilos.

Por mais que pareça uma ideia absurda, a existência de O Urso do Pó Branco intrigou parte do público desde o seu anúncio oficial. Expectativas foram criadas para assistir ao que poderia ser um marco do cinema de baixo orçamento estrelado por atores conhecidos, no qual a ausência de uma história conexa não tem tanta --ou talvez a menor-- importância.

Para o bem ou para o mal, Elizabeth Banks cumpre a "promessa". O objetivo foi alcançado com uma boa dose de humor e uma ainda maior de violência gratuita. Do acidente imbecil que causa a queda do avião à transformação pela qual o animal passa ao ingerir a droga, o filme encontra razão de existir quando acerta ao não se levar a sério.

DIVULGAÇÃO/UNIVERSAL PICTURES

Foto de O Urso do Pó Branco

Animal drogado ataca ambulância

Para criar uma trama que carregasse os mais de 90 minutos de um longa tradicional, o roteirista Jimmy Warden narra a trajetória do urso drogado através de várias pequenas histórias envolvendo os personagens principais que vão em direção a um mesmo lugar: a famigerada floresta recheada de cocaína.

Entre os arcos apresentados estão a de Sari (Keri Russell), mãe em busca da filha (Brooklyn Prince) que foi para a floresta com um amigo (Christian Convery) para matar aula na escola; a guarda-florestal Liz (Margo Martindale), mais preocupada em passar tempo com o estudioso Peter (Jesse Tyler Ferguson) do que em fazer o próprio trabalho; o policial Bob (Isiah Whitlock Jr.), encarregado de encontrar os donos da cocaína; e a dupla Daveed (O'Shea Jackson Jr.) e Eddie (Alden Ehrenreich), os traficantes que tentam recuperar a droga a mando do chefão Syd (Ray Liotta).

O Urso do Pó Branco encontra seus melhores momentos quando abraça o absurdo. Cenas como a do animal descansando em cima de uma das presas ou do perigoso Syd tendo problemas para lidar com o neto bagunceiro mostram que a intenção de Elizabeth Banks nunca foi a de fazer um filme sério. Ciente da própria insanidade da história, a diretora se diverte ao criar situações estapafúrdias nas quais a audiência, de forma consciente, está quase sempre torcendo pelo urso.

Como ninguém vai assistir a um filme como este em busca de reflexões ou surpresas, O Urso do Pó Branco cumpre com esmero a sua razão de existir: divertir. Uma pena para quem busca algo minimamente sério em uma história sobre um urso que fica violento (e um tanto engraçado) ao ingerir cocaína.

O Urso do Pó Branco estreia nos cinemas nesta quinta-feira (30). Assista ao trailer legendado:


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